Abdulrazak Gurnah tem 10 livros publicados e vários contos. O tema dos refugiados, tendo ele próprio chegado à Europa nessa condição, é omnipresente no seu trabalho, que começou aos 21 anos, já como exilado. “Apesar de o Suaíli ser a sua língua materna, o inglês tornou-se a sua ferramenta literária”.
A Fundação Nobel destaca a obra “Paradise”, publicada em 1994, a partir de uma viagem a África Oriental, nos anos 90. “No tratamento de Abdulrazak Gurnah da experiência dos refugiados, o foco está na identidade e auto-imagem. As personagens encontram-se num hiato entre culturas e continentes, entre uma vida que já foi e uma vida que está a emergir. É um estado inseguro que nunca se consegue resolver”.
Até se reformar, recentemente, o agora Prémio Nobel da Literatura ensinou Inglês e Literaturas Pós-coloniais da Universidade de Kent, em Canterbury.
“A sua dedicação à verdade e a sua aversão à simplificação são notáveis”, justifica ainda a academia sueca.