Natural de Braga, João Ribas, 38 anos, será o novo diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, durante os próximos cinco anos, pelo menos. O anúncio foi feito esta manhã pela presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, Ana Pinho, que sublinhou ter sido uma “escolha unânime do júri”, surgida na sequência de um concurso internacional ao qual, afirmou, concorreram “candidatos relevantes de todo o mundo”.
Depois de Vicente Todolí (primeiro diretor artístico do Museu, quando este abriu em junho de 1999), João Fernandes (assumiu o cargo entre 2003 e 2013) e, nos últimos cinco anos, a australiana Suzanne Cotter – que deixou Serralves para dirigir o Museu de Arte Moderna Grão-Duque Jean (MUDAM), no Luxemburgo – a instituição volta a ser dirigida por um português com “uma relevantíssima carreira internacional”, como reforçou Ana Pinho. João Ribas saiu de Portugal muito cedo, viveu nos Estados Unidos durante 26 anos, e regressou ao seu país, há quatro anos, para assumir o cargo de diretor-adjunto do Museu.
João Ribas, que colaborou na elaboração do programa para 2018, juntamente com Suzanne Cotter, pretende dar “continuidade” à “excelência da programação”. “Consolidar esta projeção internacional dos artistas portugueses, como fizemos com a exposição de Helena Almeida, continuar este papel fundamental do museu como polo de referência internacional da arte contemporânea da atualidade mas, ao mesmo tempo, abrir novos horizontes, fora e dentro do museu”, são os objetivos do novo diretor. Que quer, ao mesmo tempo, “trazer um bocado do mundo para Serralves e levar Serralves para o resto do mundo”.
VISÃO “ESTRUTURADA E FRESCA” DA PROGRAMAÇÃO
Durante a conferência de imprensa desta manhã, João Ribas confessou que “não esperava” ser o escolhido para o cargo. Contudo, será “a continuação de um trabalho de equipa”, lembrou. “Visto a camisola porque me identifico com a instituição e seus colaboradores”, afirmou o novo diretor do museu que se prepara para os festejos dos 20 anos em 2019.
Ana Pinho lembrou ainda a “enorme vantagem” de João Ribas “conhecer bem Serralves”, e o facto de ter dado “um contributo muito grande na programação artística dos últimos anos”. O júri, sublinhou a presidente do conselho de administração da Fundação, considerou que o ex-diretor-adjunto do Museu de Serralves se destacou entre os candidatos que chegaram à final (cerca de uma dezena) “pela sua entusiasmante, estruturada e fresca visão da programação artística, e do que deve ser Serralves no futuro”.
Antes de regressar a Portugal em 2014, João Ribas foi o curador do MIT List Visual Arts Center, em Cambridge (2009-2013) e do The Drawing Center, em Nova Iorque (2007-2009), onde organizou várias exposições de arte contemporânea. Ao longo de quatro anos (2008-2011) recebeu o prémio AICA USA (Associação Internacional de Críticos de Arte) para a melhor exposição e, em 2010, foi distinguido com o Emily Hall Tremaine Exhibition Award.