Roger Moore, ator britânico de 89 anos, morreu esta terça-feira na Suíça. A notícia foi dada pela sua família que refere que o ator faleceu “após uma curta mas corajosa batalha contra o cancro”.
Numa carta publicada no Twitter, os filhos referem que estão “devastados” com a morte do pai e que o funeral terá lugar numa cerimónia privada no Mónaco, respeitando a sua vontade.
Moore foi o terceiro ator a interpretar o papel de James Bond, o mais famoso espião britânico mundial, entre 1973 e 1985, depois de Sean Connery e George Lazenby.
“007: Vive e deixa morrer” foi o primeiro de sete filmes em que o ator interpretou a personagem dos livros de Ian Fleming.
Nascido a 14 de outubro de 1927, em Londres, estudou na Royal Academy of Dramatic Arts, onde seria colega de Lois Maxwell, atriz que desempenhou o papel de “Moneypenny” em vários filmes.
Depois de trabalhar como modelo no início dos anos 50, assinou um contrato de sete anos com a Metro Goldwyn Mayer (MGM), mas os seus primeiros filmes não teriam grande impacto, como o próprio referiu numa entrevista ao “The Guardian”.
“Durante os meus primeiros anos diziam-me que para ter sucesso era preciso ter personalidade, talento e sorte nas mesmas quantidades. Eu contesto isso. Para mim têm sido 99% de sorte. Não adianta ser talentoso e não estar no sítio certo à hora certa”.
Moore despertou a atenção da indústria cinematográfica na série “Ivanhoe”, baseada no romance histórico de Sir Walter Scott. Posteriormente, vieram “Maverick”, “The Persuaders!” e “O Santo”, este último de enorme sucesso, e que o catapultou definitivamente para o papel de “007”.
O ator, revela o “The Telegraph”, começou a perceber que teria hipóteses de substituir Sean Connery como James Bond, quando o escocês anunciou que não iria dar continuidade ao papel. Moore já tinha sido sondado para o lugar, mas devido a conflitos horários, nunca esteve disponível.
No entanto, em 1973, seria o escolhido para protagonizar “Vive e deixa morrer”, aos 46 anos. Participou em outros seis filmes ao longo de 12, tornando-o o “Bond” com maior longevidade no cinema. Sean Connery fez seis.
“Ser eternamente conhecido como James Bond não tem nenhuma desvantagem. Chamam-me frequentemente como “Senhor Bond” quando estou na rua e eu não me importo nada. Porque deveria?”, contou ao “The Guardian”.
Curiosamente, numa entrevista à “Time” em 2012, Moore contou que o seu “Bond” preferido era Sean Connery, antes de assistir a “Skyfall”, protagonizado pelo atual “007”, Daniel Craig.
Depois de passar o testemunho a Timothy Dalton, fez uma pausa na carreira e só regressaria ao grande ecrã em 1990.
Um ano depois tornou-se embaixador da UNICEF, depois de conhecer a organização por intermédio de Audrey Hepburn. Durante duas décadas, visitou diversos projetos da organização das Nações Unidas à volta do mundo, com visitas ao Gana, Honduras e Filipinas. Foi reconhecido pelo seu trabalho em 2012, com o prémio “UNICEF UK Lifetime Achievement Award” e ajudou ainda a Kiwanis International a angariar 81 milhões de euros.
Em 2003 foi nomeado cavaleiro como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido nessa área. “A condecoração pelo meu trabalho humanitário significa mais do que seria pela minha carreira de ator. Sei que as pessoas dirão ‘o que sabe um ator sobre os problemas do mundo?’ Mas trabalhar para a UNICEF tornou-me especialista em coisas que vão das causas do nanismo aos benefícios da amamentação. Sinto-me um privilegiado”.
Moore escreveu ainda dois livros sobre o tempo em que desempenhou o papel de James Bond, bem como duas autobiografias, a mais recente em 2014, intitulada “Last Man Standing”.
Os filmes de Roger Moore enquanto James Bond
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007: Vive e deixa morrer (1973)
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007: O Homem da Pistola Dourada (1974)
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007: Agente Irresistível (1977)
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007: Aventura no Espaço (1979)
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007: Missão Ultrasecreta (1981)
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007: Operação Tentáculo (1983)
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007: Alvo em Movimento (1985)