Adriana Calcanhotto está em residência artística na Universidade de Coimbra até ao final de junho. A senhora da voz e do violão – que vai aproveitando a sua estada em Coimbra, como revela numa entrevista à VISÃO publicada na edição que estará nas bancas esta quinta, 4, para aprender a tocar guitarra eléctrica – tem dado masterclasses para uma plateia esgotada, sobretudo por alunos do Instituto de Estudos Brasileiros da universidade. A última, O Parangolé A Gente Mesmo Faz, decorreu no passado dia 19 de abril e nela a cantora e compositora, nascida há 51 anos em Porto Alegre, falou sobre a importância do “parangolé”, um pano que funciona como roupa, estandarte e obra de arte, criado pelo artista brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980).
No final da aula, Adriana Calcanhotto trauteou a canção que escreveu sobre o assunto e os alunos, por entre sorrisos, com mais ou menos samba, puderam dançar. Como a professora que veio dos trópicos explicou no Auditório da Reitoria, “o parangolé só existe quando o espectador o veste e dança”. Ou, como diz a canção, “e é só dançar, e é só deixar a cor tomar conta do ar, verde, rosa, branco no branco no preto nu, branco no branco no preto nu”. Durante a sua residência artística em Coimbra, Calcanhotto proferirá ainda mais duas masterclasses: a 24 de maio e a 21 de junho. Como uma verdadeira lente.