Maria Severa Onofriana nasceu há exatamente 196 anos, motivo pelo qual o Google a homenageou com um doodle. É considerada a fundadora no fado, mas pouco de sabe acerca da sua vida.
De acordo com os registos de batismo, Severa nasceu na Rua da Madragoa (atual Rua Vicente Borga Nº33). Cresceu nos bairros pobres lisboetas e, tal como a sua mãe, tornou-se prostituta para ganhar a vida. Com a sua voz e beleza, animava as noites da cidade de Lisboa.
Ganhou fama devido aos seus amantes conhecidos, entre os quais o Conde de Vimioso (D. Francisco de Paula de Portugal e Castro). Por causa disso, participou em diversos eventos sociais, levando o fado aos aristocratas.
O poeta Bulhão Pato, que a conheceu pessoalmente, deixou o seguinte testemunho: “A pobre rapariga foi uma fadista interessantíssima como nunca a Mouraria tornará a ter! Não será fácil aparecer outra Severa altiva e impetuosa, tão generosa como pronta a partir a cara a qualquer que lhe fizesse uma tratantada! Valente, cheia de afectos para os que estimava, assim como era rude para com os inimigos. Não era mulher vulgar, pode ter a certeza.”
Maria Severa também não passou despercebida ao escritor Júlio Dantas. Em 1901, publicou “A Severa”, que tem como figura central a fadista, dando-lhe ainda mais fama. Mais tarde, em 1931, o livro foi adaptado ao cinema e “A Severa” foi o primeiro filme sonoro português.
Maria Severa Onofriana morreu de tuberculose a 30 de novembro de 1846, aos 26 anos, num bordel na Rua do Capelão. Consta que as suas últimas palavras foram “Morro, sem nunca ter vivido”.
O doodle surge na sequência do protocolo assinado pelo Google Cultural Institute e pelo Museu do Fado, que permitirá a disponibilização de várias exposições temáticas a partir do espólio do Museu, que se junta agora ao maior acervo digital de arte do mundo.