Palavras para quê? Há quem tenha belas respostas para esta frase feita em forma de pergunta. A convite do 8º Festival das Artes, a decorrer em Coimbra entre 17 e 31 de julho, Diogo Infante vai estrear, no dia 22, Palavras que Mudam a Humanidade, um recital único, e inédito, em que o ator reinterpretará “discursos visionários, inspiradores para a humanidade, alguns determinantes para a nossa vida atual”, conta à VISÃO.
“A ideia é reconhecer o poder da palavra, que tem a capacidade tanto de empolgar como de manipular.” Eventos que inflamaram as massas em comícios ou textos difundidos pelos meios audiovisuais, serão aqui recordados em viva voz.
“O que interessa é a comunhão, como se estivéssemos à volta da lareira”, descreve Infante, assumido “mensageiro” neste solo com direção de Natália Luiza e dramaturgia de Maria João Rocha Afonso.
Para que as ideias respirem, ouvir-se-ão sete ou oito discursos no anfiteatro ao ar livre da Quinta das Lágrimas, incluindo o do “Yes, We Can”, proferido por Obama, ou o “I have a dream” de Martin Luther King Jr. Também poderá haver discursos mais negros: “A ideia é mostrar pontos de vista distintos, que nos obrigam a colocar no lugar do outro”, declara o ator.
A História, e a política, estão cheias de parágrafos inesquecíveis: “Todos os discursos são políticos: marcam o caminho, alertam para realidades sociais, económicas, fraturantes…”. Uma militância que, aliás, o próprio Diogo Infante assume: “Como ator, cada vez mais sou um agente político. Tenho a obrigação, para comigo e para com o meu país, de manifestar-me.”