Se existisse paraíso, só podia ser assim. Romeu Runa não tinha dúvidas sobre isso. Aos 15 anos, as nossas certezas são coisa séria e, por isso, há que lutar por elas: o paraíso estava ali e era ali que ele, Romeu, ia ficar. Pensou nisso, enquanto esperava pela irmã mais nova, que se tinha ido inscrever na Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa. Sim, aos 15 anos, as hormonas também podem ditar decisões, reconhece agora.
A verdade é que se viu ali sentado, à espera, rodeado de meninas de maillot, a rir e a gracejar. “Entusiasmei-me com as bailarinas”, conta, “fiquei completamente fascinado.” E quando uma professora que o encontrou no corredor lhe perguntou “Vem à audição? Trouxe o equipamento?”, nem hesitou: “Não trouxe, mas posso fazer de cuecas”, respondeu-lhe.
Pela primeira vez, entrou num estúdio de dança e, pela primeira vez, tentou dançar, fazendo aquilo que o júri da prova lhe pedia. Correu, deu saltos e – para sua surpresa – até conseguiu fazer a espargata. “Agarraram-me na perna e a perna bateu no ombro! Desconhecia essa minha capacidade, essa flexibilidade”, recorda.
Leia o perfil completo do bailarino Romeu Runa na Revista VISÃO desta semana.