As mensagens deste Natal enviadas por Donald Trump podem ser lidas como um aviso daquilo que o mundo pode esperar do homem que, a 20 de janeiro, voltará a tomar posse como Presidente da nação mais poderosa do planeta. Em vez das habituais declarações de paz e concórdia, adequadas à quadra, ele optou pela via da provocação, com ameaças ao “inimigo” chinês e promessas de ingerência em três territórios que gostaria de ver sob o seu comando: Panamá, Canadá e Gronelândia.
Depois de, aparentemente sem razão especial, ter ameaçado recuperar o controlo do Canal do Panamá – inaugurado em 1914, após anos de construção por uma companhia americana, mas que está nas mãos dos panamenhos desde 31 de dezembro de 1999 –, o Presidente eleito repetiu, na véspera de Natal, a sua pretensão de recuperar aquela via estratégica de comércio, que diz estar agora sob influência chinesa. Na mesma mensagem, Trump atacou também o vizinho da fronteira norte, chamando “governador” ao primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, declarando que o Canadá devia ser anexado pelos EUA: “Se o Canadá se tornasse o nosso 51º estado, os seus impostos seriam reduzidos em mais de 60%, os seus negócios duplicariam imediatamente e seriam protegidos militarmente como nenhum outro país do mundo.” Em diversas publicações na sua rede social, Donald Trump repetiu também as suas reivindicações sobre a Gronelândia, que já tinha ameaçado “comprar” na sua anterior passagem pela Casa Branca. “Para fins de segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América consideram que a posse e o controlo da Gronelândia são uma necessidade absoluta!”, escreveu desta vez.