O juiz Carlos Alexandre foi constituído arguido no caso da distribuição manual do processo da Operação Marquês, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter aceitado o requerimento de abertura de instrução apresentado por José Sócrates. Em causa, estão os crimes de abuso de poder, falsificação de funcionário e denegação de justiça.
A notícia, avançada, esta quinta-feira, pelo Expresso, dá conta que o desembargador Jorge Antunes decidiu, no passado dia 11 de fevereiro, aceitar o pedido de José Sócrates e que, além do juiz Carlos Alexandre, também a escrivã Teresa Santos foi constituída arguida neste processo. Segundo o semanário, o despacho decretou a medida de coação de sujeição a termo de identidade e residência para os dois arguidos.
O antigo primeiro-ministro sempre afirmou que esta distribuição tinha sido “ilegal”, embora, por duas vezes, o Ministério Público lhe tenha negado razão. Na exposição enviada ao Tribunal da Relação de Lisboa, José Sócrates alegou que o juiz e a escrivã “combinaram entre si, planearam e vieram a conseguir” que o processo que levou àsua prisão preventiva fosse entregue, de “forma ilegal”, a Carlos Alexandre, descrito naquele texto como o “superjuiz dos tabloides”.
O debate instrutório ficou agendado para 11 de março, pelas 14h30.