Cavaco Silva falou ao País de forma “arrastada” e tardia; Cavaco Silva Representa o País na qualidade de Presidente de todos os Porugueses, no seu segundo mandato, em que a maioria lhe é politicamente semelhante, favorável. A Europa, desde que houve demissões plurais no Governo de Portugal na semana passada, i.e. Vitor Gaspar nas Finanças e Paulo Portas nos Negócios Estrangeiros não se tem cansado de dizer e repetir que foi encontrada uma maioria estável e reforçada e que há que avançar com o que decorre do resgate Português: a 8ª avaliação, o Orçamento de Estado, o exercício de todas as medidas de que o Estado Português é mero veículo.
Esquece-se o Prof. Cavaco Silva que nas últimas eleições legislativas, o Povo elegeu uma maioria relativa de predominância Psd, em que o Parlamento ilustra esses resultados, com 108 deputados do Psd, 24 do Cds-PP e 98 da oposição – Ps, Pcp, Be e Pev. O Governo em exercício espelha o que resultou das últimas eleições legislativas.
Não dissolvendo a Assembleia, Cavaco Silva não tem mais margem de manobra do que promover um Governo de iniciativa Presidencial, escolher um Primeiro ministro para a formação de novo Governo. A Assembleia em funções encarregar-se-á de desenvolver o seu “trabalho”. A terceira via, a que escolheu, mantém-no equidistante e desresponsabilizado pelo êxito desta sua decisão, escudando-se atrás do denominador comum que representam, o Psd, PP e Ps, partidos que estão “compormetidos” no memorando.
Cavaco Silva ignora a maioria decorrente das últimas eleições, ignora que os Portugueses votaram num Governo de maioria relativa Psd, não votaram numa coligação eleitoral composta por três partidos, Psd, PP e Ps. Cavaco Silva dá corpo a um Governo que “inventa”, assente numa maioria e num amplo consenso que não corresponde à vontade dos Portugueses, expressa nas legislativas de 2011.
Esquece-se também que este (ou outro) Governo não é mais do que um veículo que permite cortar no que a Troika exigir; os juros da dívida, os mercados, encarregar-e-ão de responder à “solução governativa” (de)corrente.