“Há factos clínicos e alguns exames laboratoriais que foram feitos que nos apontam para outro diagnóstico”, disse o director clínico do Hospital de S. João.
Contudo, o médico remeteu para o final da tarde um diagnóstico definitivo.
“Só a meio ou final da tarde teremos o resultado dos exames que nos permitirão confirmar ou afirmar um diagnóstico”, frisou.
De acordo com António Oliveira e Silva, a criança “passou bem a noite, está estável e neste momento inspira alguma preocupação, mas não uma preocupação de maior”.
“Foi observado, fez todos os exames necessários e neste momento está em isolamento, onde permanecerá até termos a certeza de que não está infectado com o vírus da gripe mexicana”, acrescentou.
O director clínico garantiu ainda que este “é o único caso admitido como suspeito no hospital”.
A criança deu entrada no S. João com doença respiratória aguda e com febre alta, sintomas que, aliados ao facto de ter vindo dos EUA, onde há vários casos da doença confirmados, incluindo uma morte, levou a que o Plano de Contingência fosse activado.
Oliveira e Silva disse ainda que os pais foram também submetidos a alguns exames que não revelaram qualquer indício da doença.
O menino, filho de um casal emigrante nos EUA, que se encontra de férias em Portugal desde 21 de Abril, deu entrada no Hospital de S. João do Porto terça-feira à noite transferida do Hospital de Chaves.
Se surgir um caso em Portugal, será sempre “importado”
O director-geral da Saúde, Francisco George, afirmou hoje que, a surgir um caso de gripe suína em Portugal, será sempre um caso importado, e não resultante de uma cadeia de transmissão em Portugal.
“Temos de distinguir o que é a transmissão em cadeia e o que é um caso importado”, afirmou Francisco George na Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi ouvido sobre a gripe causada pelo vírus H1N1.
O director-geral da Saúde reiterou que até ao momento não há qualquer caso confirmado da doença em Portugal, mas sublinhou que estas palavras “são válidas hoje e à hora” em que as profere.
Garantiu ainda “total transparência” na difusão de informação sobre a gripe, lembrando que as epidemias não se controlam sonegando informação.
Por outro lado, Francisco George defendeu que não se deve falar em “casos suspeitos” nem se deve usar a expressão “gripe suína”, estando para breve o “baptismo” desta nova estirpe.