É uma tendência que parece não passar. A moda da canábis chegou à alta-costura há um par de anos e mantém-se, até hoje. À medida que o seu consumo para fins medicinais e recreativos começa a ser permitido em vários países (para o segundo efeito apenas no Uruguai e no Canadá a canábis está legalizada), também várias marcas de luxo apostam em peças sofisticadas com padrões desta planta.
Em 2012, o designer de moda Jeremy Scott, que referiu abster-se desse tipo de substâncias, criou uma camisola para a Adidas com padrão de folhas de canábis, que ficou conhecida no corpo do rapper americano ASAP Rocky.
Na apresentação da coleção primavera-verão 2015, na Semana da Moda de Nova Iorque, a designer americana Mara Hoffman levou para a passerelle vestidos, calças e chapéus brancos com folhas verdes de canábis. Também Alexander Wang, designer americano com descendência taiwanesa, apresentou, na sua linha de outono de 2016, peças neste padrão: saias, vestidos e sobretudos brancos e pretos decorados com folhas de canábis a contrastar.
Mas não foi apenas na roupa que esta tendência surgiu: Jacquie Achie, designer de jóias de Los Angeles, nos EUA, é conhecida pela sua linha Sweat Leaf, inspirada precisamente na canábis, que vê como um “símbolo de liberdade”. A cantora Rihanna, a atriz Vanessa Hudgens e a modelo Alexis Ren são algumas das celebridades que começaram a utilizar- e a mostrar ao mundo – algumas das jóias desta designer.
Da linha Sweat Leaf fazem parte, também, t-shirts, clutches e outros acessórios, disponíveis a preços que variam entre os 50 dólares (cerca de 44 euros) e os 13500 dólares (quase 12 mil euros). Mas há mais: a marca Sydney Evan, criada por Rosanne Karmes em Los Angeles, nos EUA, criou um fio em ouro e diamantes em cravação pavé com uma folha de canábis, à venda no site oficial por 1190 dólares (quase 1050 euros).
Fazer da canábis um bem de luxo é, desde 1996, o grande objetivo de Cheryl Shuman, ativista que criou o Beverly Hills Cannabis Club e que pretendia mudar a perceção do público sobre a canábis, assim como abrir portas à legalização. Segundo a fundadora, tem tudo a ver com a embalagem, já que a apresentação correta do produto pode transformá-lo em algo com classe e muita qualidade.
Cheryl Shuman organiza, regularmente, jantares preparados por chefes com estrelas Michelin, onde cada um (feito de porcelana fina, é claro) é servido com uma variedade diferente de canábis cultivada localmente. A fundadora afirma, ainda, que 70% das celebridades que conhece são consumidoras de canábis. “A canábis é uma coisa que a alta sociedade aprova”, explica, à Fashion Magazine. “Odeio dizer que é um mundo virado para as elites mas, na verdade, é”, refere.
Prova disso é a crescente variedade de produtos de luxo relacionados com o consumo de canábis que tem surgido, com vaporizadores e atomizadores para todos os gostos. “Acessorizar” este hábito, no fundo, é uma forma de o tornar luxuoso.
O vaporizador Pax, por exemplo, à venda em Portugla por cerca de 250 euros, é carregado por USB e tem um exterior elegante, com várias opções de cores, incluindo o prateado e o ouro rosado. Celebridades como a atriz Amy Schumer e o cantor The Weeknd mostraram ser fãs deste vaporizador, sendo que o último colaborou com a marca para a realização de uma edição limitada.
Perfumes com cheiro a canábis
O odor da canábis também já chegou à cosmética. A The Library Of Fragance criou uma fragância inspirada no cheiro da marijuana, que está disponível de várias formas: há o creme de corpo por 23 euros, a água de colónica de 30 ml a 20 euros (ou a de 5 ml, por 5 euros), o óleo perfumado hidrossolúvel por 24 euros e o perfume roll-on a 13 euros. Todos eles estão à venda no site oficial da marca.