A vocação familiar do Scénic é… familiar aos europeus. Mas desde o lançamento do primeiro Scénic há quase três décadas que não se via uma evolução tão grande. O Scénic E-Tech Eletric pouco ou nada terá a ver com os antecessores. Não nos referimos só ao facto de ser 100% elétrico. Mas, também, ao design, que segue a tendência dos SUV em detrimento do formato monovolume. E, claro, à forte aposta nas componentes tecnologia e sustentabilidade, focos da ‘nova Renault’.
Safety Concept Embodied in a New Innovative Car
De acordo com a lista de características técnicas e as informações disponibilizadas pela Renault, há mesmo muita inovação e segurança a bordo do Scénic E-Tech. Por exemplo, o Safety Coach analisa continuamente o comportamento do condutor e apresenta dicas para tornar a condução mais segura.
Como seria de esperar, o Scénic E-Tech Eletric está equipado com sistemas de apoio à condução avançados, incluindo a capacidade de condução semiautónoma em autoestradas e via rápida (equivalente a Nível 2). Um sistema que “combina o cruise-control adaptativo sensível ao contexto, o sistema Stop & Go, a centralização na faixa de rodagem e os dados de geolocalização num mapa concebido para o efeito, adaptando-se de forma previsível à estrada”. Neste aspeto, mais inovador é a capacidade de, a baixas velocidades, o sistema de centralização na faixa de rodagem poder “ser temporariamente ajustado pelo condutor para manter o automóvel num dos lados da estrada e permitir que os automóveis prioritários o ultrapassem no outro lado”.
Além da já habitual capacidade de travar automaticamente para evitar acidentes, os travões ficam bloqueados em caso de acidente para evitar outras colisões. E quando o pior acontece, há uma série de ferramentas para ajudar os serviços de emergência, com destaque para o “Fireman Access”, que permite aos bombeiros inundar a bateria de tração. Um processo que, segundo a Renault, pode reduzir o tempo de resolução de um incêndio de várias horas para alguns minutos.
No que diz respeito ao infoentretenimento, o sistema multimédia OpenR Link, baseado num sistema operativo Google, “inclui mais de 50 aplicações para que possa planear a sua viagem sem esforço e desfrutá-la com todos os que viajam consigo”. A marca garante som de excelente qualidade graças a uma “assinatura sonora característica” que foi “resultado de um extraordinário trabalho de equipa com o compositor Jean-Michel Jarre”.
Viagens em família
Relativamente ao anterior Renault elétrico de topo, o Mégane E-Tech, o Scénic E-Tech tem medidas bem mais familiares, como a bagageira com 545 litros de capacidade e um raio um raio de 278 mm para os joelhos de quem vai nos bancos traseiros. E a Renault garante que a autonomia é suficiente para, por exemplo, ir de férias. Sobretudo nas versões com 87 kWh de capacidade, que anunciam uma autonomia WLPT superior a 600 km. Para quem não precisa de fazer viagens tão longas e/ou tem maior confiança na rede pública de carreagmento, o Scénic E-Tech estará disponível com bateria de 60 kWh de capacidade (autonomia WLTP superior a 400 km). A confirmarem-se as autonomias anunciadas, que precisam ainda de homologação, o Scénic E-Tech será um carro eficiente, sobretudo considerando as dimensões e volumetria.
Quanto ao carregamento, a potência máxima em carregamento rápido é de 130 kW nas versões com bateria de 60 kWh e de 150 kW nas versões com bateria de 87 kWh. No carregamento ‘normal’ (AC), há suporte para até 22 kW.
O comunicado da Renault não menciona preços, mas já se sabe que o Scénic E-Tech chega ao mercado no início do próximo ano.
Mais sustentável
O Scénic E-Tech será produzido na unidade de Douai (ElectriCity), onde a marca garante que têm sido implementadas técnicas de produção sustentáveis. Segundo Fabrice Cambolive, CEO da Renault, este carro “está a levar o desenvolvimento sustentável e a segurança para novos patamares”, adicionando que “abre um novo caminho para uma mobilidade mais ecológica, mais segura e mais vanguardista”. O responsável cita dados impressionantes: “até 24% dos materiais do automóvel são reciclados e 90% da sua massa – incluindo a bateria – é reciclável, nos termos da Diretiva 2005/64/CE, em instalações industriais”.