









Com cerca de dois milhões de unidades vendidas durante sete anos de mercado, 1,5 milhões das quais na Europa, o Nissam Qashqai não só lidera as vendas da Nissan, como é um caso de sucesso global. Aliás, o sucesso do Qashqai levou a que outros fabricantes aderissem ao conceito. De tal modo, que o misto de pequeno familiar/SUV já tem mais de uma dezena de concorrentes.
Como tal, as expetativas relativamente ao novo modelo estavam num nível muito elevado. O novo Qashqai, que a Exame Informática ensaiou na apresentação internacional, está um mais comprido, mais largo e um pouco mais baixo. O suficiente para, em conjunto com a nova frente, onde se destacam as novas óticas alongadas, ter um aspeto mais “musculado”. De facto, o novo Qashqai transmite claramente a sensação de ser um modelo de um segmento superior ao seu antecessor. Até porque o interior também apresenta uma evolução, tendo agora um design e acabamentos mais sofisticados, onde a tecnologia está em claro destaque. Felizmente, os preços mantêm-se praticamente inalterados nas versões que, provavelmente, vão ser mais procuradas no nosso país.
Tecnologia de base
Todas as versões, mesmo o mais económico Visia (€26.100 com motor 1.5dCI), incluem um ecrã LCD a cores de 5” entre o velocímetro e o conta-rotações com um grafismo sofisticado. Este sistema apresenta muitas informações, como dados sobre o consumo e viagens, mas também permite alguns acertos, como a mudança de nível da direção assistida. Tudo controlado a partir do volante, incluindo o sistema multimédia com Bluetooth, entrada de áudio e porta USB com suporte para ficheiros MP3.
No que concerne à segurança, o Visia já inclui o novo sistema de controlo da trajetória, um género de controlo de estabilidade vitaminado, que ajuda de sobremaneira a manter o carro na rota certa quando a curvar (aplicação automática de travões e aceleração).
A utilização de um travão de mão elétrico fez libertar espaço na consola central, que tem uma caixa de arrumos generosa, com dois níveis, onde está uma porta USB e a entrada de áudio, o que significa que podemos deixar o telefone, o leitor de música guardado em segurança
Mas é a partir da versão N-TEC (€29.300 com motor 1.5dCI), que as coisas começam a ficar mais interessantes para quem valoriza a tecnologia a bordo e a segurança. Nesta versão e nas superiores, o ecrã central de 7 polegadas ganha destaque. A interface tátil é simples, com botões virtuais generosos, embora o design do software fique um pouco aquém do que seria de esperar considerando o interior do veículo. Relativamente ao Qashqai anterior, as polegadas extra fazem toda a diferença, como acontece quando usamos o sistema de navegação com gráficos 3D. Apesar de termos conduzido a três motorizações do Qashqai durante mais de 200 km, o facto de o ensaio ter sido em Madrid não nos permite tirar conclusões sobre a qualidade da navegação em Portugal. Ainda assim, o grafismo é informativo q.b., até porque o mapa apresentando no ecrã central é complementado com informações gráficas sobre as próximas manobras no ecrã de 5” frontal, o que ajuda a manter os olhos na estrada. Ainda assim, preferíamos que as indicações extra que surgem no mapa, como qual a faixa de rodagem a tomar, deviam ser maiores. E, apesar de o ecrã estar numa posição mais elevada do que no Qashqai anterior, a utilização desta interface ainda obriga a desvia um pouco os olhos da estrada. Seria preferível que o ecrã estives situado na parte superior do tablier, nem que isso significasse optar por um sistema não tátil – na nossa opinião, os sistemas de infoentretenimento dos automóveis funcionam melhor, regra geral, através de joysticks e pads, que conseguimos controlar intuitivamente sem deixar de olhar para a estrada.
O sistema suporta o Google Send To car, o que permite ao utilizador definir um destino no Google Maps e depois enviá-la para o sistema de navegação do automóvel. Também é possível usar algumas aplicações de base Web via ligação do smartphone, com destaque para o Facebook.
A versão N-TEC também inclui de base o Safety Pack (Escudo de Proteção Inteligente), que junta quatro funcionalidades: aviso de mudança involuntária de faixa, identificador de sinais de trânsito, regulador automático de luzes de máximo e, talvez o mais importante, sistema de anticolisão frontal. Esta última funcionalidade permite evitar choques frontais através da deteção de veículos que circulem à frente do Qashqai e no mesmo sentdo. Quando há risco de colisão, numa primeira fase é apresentado um aviso ao condutor. Se este não reagir, o sistema aciona os travões automaticamente.
A versão de topo, denominada Tekna (a partir de €30.800) acrescenta os sistemas de alerta à fadiga, com base na análise do comportamento do condutor, aviso de ângulo morto (carros que circulam lateralmente) e deteção de objetos em movimento. Esta última funcionalidade tem uma cobertura de 360º, que é também a cobertura das câmaras fornecidas no Qashqai Tekna. Outra novidade é o sistema de estacionamento automático.
No ensaio foi possível verificar a eficiência do escudo inteligente. Só não gostámos do som irritante emitido pelo detetor de mudança de faixa, que leva a que os condutores desliguem este sistema de aviso. Uma chamada de atenção ainda para o estacionamento automático, sistema que revelou ser eficiente mesmo em espaços apertados.
Logo que possível, a Exame Informática apresentará um ensaio completo ao Nissan Qashqai.