São dois aniversários redondos, aos quais é impossível escapar, em especial num festival como este, aberto ao mundo e dedicado a dar voz às diferentes culturas. Na Fundação Calouste Gulbenkian, o Jardim de Verão celebra os 50 anos do 25 de Abril e o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, ou seja, um acontecimento e uma personalidade que tantos novos mundos abriram, através da resistência e da revolta, mas também da empatia e da utopia.
Nesta edição, o festival alarga-se a outras áreas artísticas, ocupando novos espaços dentro do edifício da fundação. A música mantém-se no Sítio da Oliveira e no Anfiteatro ao Ar Livre, subindo também ao palco do Grande Auditório. Haverá ainda um ciclo de conversas no Auditório 2 e um ciclo de cinema no Anfiteatro ao Ar Livre. A curadoria é de Dino D’Santiago (música), Maíra Zenum (cinema) e Kalaf Epalanga (conversas).
A ação divide-se por três fins de semana (dias 22, 23, 29, 30 jun, 6 e 7 jul), que, em termos de música, arranca ao som do guineense Kimi Djabaté, logo pelas 17h deste sábado, 22, no Grande Auditório. A festa prossegue ao ar livre, no Jardim Gulbenkian, ao som da DJ Umafricana, a quem, sempre ao sábado, às 18h, cabe a tarefa de animar o final da tarde, ao som de uma fusão entre afrobeat, amapiano, coupé-decalé, gqom, afro house, kuduro e afro tech, com pop, hip pop e r&b. Ainda neste sábado, 22, pelas 19h, sobe ao palco do Anfiteatro ao Ar Livre uma verdadeira alma livre, nascida em Buenos Aires, crescida em Barcelona e atual habitante de Lisboa, de seu nome Soluna, que mistura ritmos de reggaeton e tarraxo na sua música inspirada por uma identidade tão singular quanto plural de “migrante e mulher queer”.
No domingo, 23, a música arranca ao som do trompete (e da voz) de Jéssica Pina, a alentejana de origem angolana e cabo-verdiana que já partilhou palcos com Madonna, Bonga, Mykki Blanco, H.M.B., Matias Damásio ou David Fonseca. Já o brasileiro Japa System, alter ego do músico e compositor baiano António Dimas Vieira Aires Júnior, vem mostrar o projeto Nave System, num espetáculo de percussão que une instrumentos eletrónicos e orgânicos. Aos domingos, o DJ set de fim de tarde está a cargo de Indi Mateta, artista conhecida pelo cruzamento entre as artes visuais e a música, na qual mistura a tradição africana com hip hop, r&b, soul, neo soul, jazz, funk, reggae, dancehall, kizomba, semba, tarraxinha, zouk e eletrónica.
Nos fins de semana seguintes, atuam a moçambicana Assa Matusse e o português Luiz Caracol (29 jun); o português João Caetano e o cabo-verdiano Berlok (30 jun); os cabo-verdianos Princezito e Dieg (6 jul); e ainda a também cabo-verdiana Cremilda Medina e o brasileiro Leo Middea (7 jul).
Jardim de Verão > Fundação Calouste Gulbenkian > Av. Berna, 45, Lisboa > 22-23 jun, 29-30 jun e 6-7 jul, sáb-dom 17h > grátis > programa completo aqui