É uma verdadeira invasão, através da arte, a que o Iminente se propõe fazer este ano no Terreiro do Paço, numa edição, com entrada livre, cujo mote é precisamente a descentralização. O objetivo é não só o de trazer a periferia para o centro, mas também o de refletir e questionar “a ideia binária do centro versus margem”, partindo do pressuposto de que não há margens, mas só centros; e de que “numa mesma cidade – ou sociedade – coexistem diversos centros”. Para isso, o Iminente, festival criado em 2016 para dar voz aos artistas das chamadas periferias, instala-se durante dois dias no local mais central de Lisboa com esta edição Takeover, depois de, em anos anteriores, já ter passado pelo Jardim Municipal de Oeiras, o Panorâmico de Monsanto e a Matinha.
“Apesar de já tradicional na cena lisboeta, o festival Iminente nunca permanece igual: reinventa-se todos os anos com o intuito de promover edições singulares e surpreendentes. Este ano estaremos no Terreiro do Paço, local cada vez mais moldado pelo turismo, enquanto as comunidades locais e a cultura urbana estão progressivamente circunscritas a outros centros. Estamos muito contentes por fazer esta edição no coração de Lisboa, com entrada livre, contribuindo para o usufruto desse espaço por quem habita a cidade”, explica a diretora do festival, Clara Cardoso.
Além do sempre ambicioso cartaz musical, em três palcos, a programação do Iminente engloba ainda artes visuais, dança, desportos urbanos, projetos artísticos comunitários, conversas e gastronomia. Destaca-se, por exemplo, o projeto Bairros – Workshops Artísticos Comunitários Iminente (a decorrer entre junho e outubro, nos bairros Alta de Lisboa, Rego, Vale de Alcântara e Vale de Chelas), com os artistas Fiumani, Cássio Markowski, Vhils Studio, Márcio Carvalho e Dish a trabalharem o tema da Descentralização a partir dos estímulos que estas comunidades lhes deram; ou, ainda, a instalação Liberdade Iminente, peça multidisciplinar que evoca os 50 anos da revolução do 25 de Abril sob o ponto de vista de artistas com ligações às ex-colónias, como Ângela Ferreira, Piny e Scúru Fitchádu.
Outro marco da paisagem desta edição será uma instalação coletiva composta por mais de 70 bandeiras feitas por outros tantos artistas, entre os quais se incluem nomes como ±MaisMenos±, PichiAvo ou Tamara Alves, presentes desde a primeira edição. O festival é de entrada livre, mas a partir da meia-noite, no sábado, e das 23h, no domingo, realiza-se o Iminente Takeover After Hours, no clube Ministerium, com bilhetes a €10.
Oito concertos a não perder
14 outubro, sáb
- Rita Vian 18h50
- Sam the Kid convida Vludo, Amaura, Orteum e Tom Fbreakin’ Soyer 21h
- Dino d’Santiago convida Batukadeiras, Kady, Pallex e convidado surpresa 23h
- Branko 24h
15 out, dom
- Cachupa Psicadélica convida Jhon Douglas e Landa 16h50
- Ferro Gaita 19h45
- Omar Souleyman 20h45
- Pedro Mafama convida Francisco Montoya e Diego El Gavi 23h
Iminente Takeover > Pç. do Comércio, Lisboa > 14-15 out, sáb-dom 15h > grátis > festivaliminente.com