Um casal em processo de separação divide todos os bens, mas, no final, sobra a tartaruga, que cria um impasse no processo. A história é contada por Mário de Carvalho na novela (“cronovelema”, como lhe chama o autor) A Arte de Morrer Longe e chega ao cinema pelo olhar de Júlio Alves.
Um filme leve e divertido, que pontua um fundo realista com elementos que não o são, sempre com grande ironia. Beneficia de duas grandes atuações. Ana Moreira, atriz habituada a papéis pesados, mostra aqui a sua versatilidade, agora num registo diferente quase a entrar na comédia, e fá-lo com uma naturalidade e segurança. E o inexcedível Pedro Lacerda – um ator fenomenal, que apenas com uma expressão arrebata o mundo – está próximo do que fez em Axilas, de Fonseca e Costa.
Entretanto, Júlio Alves terá mais dois filmes em cartaz a partir de dia 9, Sacavém e Diálogo de Sombras, ambos em volta do universo de Pedro Costa.
A Arte de Morrer Longe > De Júlio Alves, com Ana Moreira, Pedro Lacerda, Custódia Gallego, João Lagarto > 91 min