O Semibreve, que se realiza anualmente em Braga, regressa neste sábado e domingo, dias 24 e 25, para celebrar os dez anos com performances, conversas e música eletrónica. Este ano, devido às restrições impostas pela pandemia, a celebração do décimo aniversário do festival de música eletrónica não acontece como estava inicialmente previsto, tendo por isso “um programa totalmente feito de raiz”, explica Luís Fernandes, diretor artístico. “A nova programação surge ao abrigo deste novo contexto” e apresenta-se ao público de uma forma virtual, no site oficial, e também presencial, no Mosteiro de Tibães (com lotação reduzida).
Considerado um dos melhores festivais de música eletrónica, o Semibreve pretende também contribuir para a divulgação da produção científica no campo das artes digitais. Eis 5 razões para, durante dois dias, não perder o festival que apresenta o trabalho de diferentes artistas nacionais e internacionais ligados à eletrónica.
1.Festival online e gratuito
Nos últimos anos, o Semibreve já passou por vários locais emblemáticos da cidade de Braga: Gnration, Theatro Circo, Casa Rolão e até a Capela Imaculada do Seminário Menor. Em 2020, a organização exibe as apresentações, em segurança e de forma gratuita, através da internet. A decisão de apostar na exibição online foi “inevitável”, admite o diretor artístico. No entanto, para quem não quiser abdicar da experiência musical, o Mosteiro de São Martinho de Tibães vai receber conversas, instalações e residências artísticas. O programa presencial é gratuito, tem apenas o custo do bilhete normal de entrada no local (€6), que reverte na totalidade para o Mosteiro de Tibães.
2. Criações inéditas e exclusivas

Nesta 10.ª edição, o festival desafiou artistas nacionais e internacionais a produzirem novas criações artísticas para uma apresentação inédita. Para isso, foram encomendadas “sete peças sonoras a compositores que já passaram pelo festival nos últimos anos”, refere Luís Fernandes. Entre os convidados, destacam-se a madeirense Ana da Silva (24 out, sáb 10h30), fundadora da banda The Raincoats, a francesa Jessica Ekomane (24 out, sáb 20h30), os produtores e músicos norte-americanos Jim O’Rourke (24 out, sáb 18h30) e Tyondai Braxton (24 out, sáb 16h30), compositor e fundador dos Battles. Além da disponibilização das artes sonoras na internet, haverá pontos de escuta nas celas do Mosteiro.
3. Instalações premiadas e um workshop familiar
Além de performances e conversas, o festival vai acolher as instalações artísticas vencedoras do EDIGMA SEMIBREVE Award 2020, um prémio que tem como objetivo estimular a criação artística digital. Os vencedores Merani Schilcher e Vinzenz Aubry apresentam Unknown Territories – Searching for Islands (24 out, sáb 12h30). Já o EDIGMA SEMIBREVE Scholar, destinado à comunidade de estudantes do ensino superior, conta com as criações Randomofone, Dancing about Architecture e Hiato (25 out, dom 10h30), todas da autoria de estudantes portugueses da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo). Nas manhãs de sábado e domingo, 24 e 25, no Mosteiro de Tibães, tem lugar um workshop de música concreta destinado às famílias. É a primeira vez que acontece e a ideia é “juntar pais e filhos para aprender música com os sons do quotidiano”, numa iniciativa em parceria com o Circuito, programa de Serviço Educativo da Braga Media Arts.
4. Mini-performances em residências artísticas

A juntar a tudo isto, várias performances foram gravadas previamente em locais especiais do Mosteiro de Tibães e serão exibidas quer no Mosteiro, quer na plataforma digital. A iniciativa surge em colaboração com o canal180 e conta com vários artistas em residência para criação: Nik Void e Pedro Maia, Oliver Coates (25 out, dom 11h30), Laurel Halo (24 out, sáb, 11h30), Klara Lewis (25 out, dom 16h30).
5. Música, arte sonora e pandemia em discussão
Este ano, o Semibreve apresenta quatro painéis de convidados para conversar e debater diversos assuntos ligados à música eletrónica. O setor musical foi dos mais afetados pela pandemia, com concertos cancelados e artistas sem trabalho, sendo por isso um dos assuntos centrais dos debates. A dualidade entre o presencial e o virtual (24 out, sáb 15h), a relação entre o som e a ecologia (25 out, dom 15h), a nova lógica editorial pós-pandemia (25 out, dom 17h) e a implicação da pandemia nas performances da música eletrónica serão os quatro temas em discussão (24 out, sáb 17h). No painel de convidados, estão confirmados artistas, músicos, jornalistas e investigadores, entre os quais Pedro Santos (Culturgest), Jessica Ekomane (compositora), Raquel Castro (investigadora), Chris Watson (artista sonoro) e José Moura (Editora Príncipe Discos).

Festival Semibreve > Mosteiro de Tibães, Braga > 24-25 out, sáb-dom > www.festivalsemibreve.com