Nasceu em Cuba e, devido à profissão do pai, que era diplomata, passou a infância a saltitar por países como Senegal, Angola, Alemanha. Foi nesta realidade global que alargou os horizontes da sua música, aberta ao mundo, mas moldada pela tradição de Cabo Verde, país que nunca deixou de ser o seu, como sempre se percebeu quando cantava.
No ano passado, com Manga, o quinto álbum de uma carreira iniciada em 2006, Mayra Andrade optou por abraçar a África continental, através da nova música urbana que atualmente está a conquistar o mundo, a partir de cidades como Abidjan, Lagos, Dakar ou… Lisboa, onde reside há cerca de quatro anos (depois de mais de uma década a viver em Paris), e à qual muito se deve esta “vontade de flirtar” com um novo universo sonoro, “mais físico e direto”. Como explicou então, começou por sentir vontade de “experimentar coisas novas em palco” e de se “divertir mais” com a música, o que a fez virar-se para a tal música urbana que hoje se faz em vários pontos de África, para que ela própria encontrasse também o seu lugar no meio desse movimento.
Depois de tanto tempo apegada a outras influências, como o jazz, a MPB ou a música tradicional de Cabo Verde, Mayra foi completamente contagiada por esta nova energia, que já se ouve um pouco por todo o mundo. O resultado foi um disco muito mais imediato e enérgico, com a tradição cabo-verdiana a mesclar-se na perfeição com este novo afrobeat feito de batidas eletrónicas, que ao vivo ganha uma dimensão ainda mais física, de apelo à dança, como o público nos coliseus vai poder comprovar da pior forma: sentado, distanciado e sem poder sair do lugar, devido às regras sanitárias em vigor.
Mayra Andrade > Coliseu do Porto > R. Passos Manuel, 137, Porto > T. 22 339 4940 > 11 set, sex 21h30 > €25 a €30 > Coliseu dos Recreios > R. Portas de Santo Antão, 96, Lisboa > T. 21 324 0580 > 12 set, sáb 16h30 e 21h30 > €27