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Os britânicos Morcheeba atuam no sábado, 26, último dia do Festival Vilar de Mouros
Foi em 1965 que Vilar de Mouros recebeu o primeiro festival, organizado por António Barge, um respeitado médico da terra, mas seria necessário esperar até 1971, para se assistir a algo inédito em Portugal: um festival de rock com cerca de 30 mil pessoas que quebrou por completo com os cânones vigentes da ditadura. O “Woodstock português”, como ficou para sempre conhecido, marcaria toda uma geração, já então muito influenciada pela cultura hippie, embora ainda amordaçada pela moral do regime vigente. Nomes como Elton John, Manfred Mann ou os portugueses Quarteto 1111 foram alguns dos artistas presentes, mas o que ficaria realmente para a história, muito para além da música, foi o espírito de liberdade então vivido.
Apesar do aparente êxito, o festival foi fiasco a nível económico, com as receitas de bilheteira a ficarem muito aquém do esperado. E quando regressou, em 1982, foi já com uma estrutura organizativa diferente. Durou nove dias e contou com uma programação muito variada, que ia do rock ao folclore ou da música erudita ao fado, não faltando sequer um dia dedicado à poesia. Nesse ano, ficaria para a história a estreia dos irlandeses U2 em Portugal. Desde então, houve mais oito edições, de 1998 até 2006, mas a forte concorrência de outros festivais entretanto surgidos ditou o fim de Vilar de Mouros.
Após uma edição experimental em 2014, regressou em definitivo no ano passado, com uma filosofia que recupera o legado das primeiras edições, como novamente se comprova pelo ambicioso cartaz deste ano. Basta olhar para o alinhamento da primeira noite, esta quinta, 24, que tem início com os londrinos The Veils, e continuará ao som de uma sucessão de bandas clássicas do rock alternativo, como o são os suíços Young Gods ou os britânicos The Mission, The Jesus and Mary Chain e Primal Scream. Para sexta, 25, destacam-se as atuações dos portugueses Salvador Sobral e Capitão Fausto ou dos britânicos George Ezra e Dandy Warhols. Já na última noite, a de sábado, 26, o estatuto de cabeça de cartaz reparte-se entre o irlandês Bob Geldof e os seus The Boomtown Rats, os britânicos The Psychadelic Furs e os seus compatriotas Morcheeba. A exemplo do ano passado, haverá também uma forte aposta na gastronomia local, com dezenas de restaurantes da região presentes no recinto, para dar a provar os melhores sabores da cozinha minhota.
Será este ano lançado um jogo de cartas denominado Vilar de Mouros, desenvolvido por Fernando Zamith, autor do livro Vilar de Mouros: 35 Anos de Festivais. É composto por 88 cartas, que recordam cartazes, artistas, palcos e locais míticos de 50 anos de história do festival.
Festival Vilar de Mouros > Vilar de Mouros, Caminha > 24-26 ago, qui-sáb 19h30 > €35 a €70