Falam de Lisboa, as duas primeiras sugestões. Cidade Gráfica, no antigo Convento da Trindade, lembra-nos do tempo em que os réclames e letreiros luminosos nos guiavam até ao destino sem precisarmos de saber o número da porta. É ler aqui sobre a exposição integrada na programação do MUDE Fora de Portas, enquanto decorrem as obras de reabilitação do edifício na Rua Augusta, e que parte do projeto Letreiro Galeria, do casal de designers Rita Múrias e Paulo Barata. Já no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, mostram-se os projetos urbanísticos e arquitetónicos para a cidade que nunca foram construídos. A Lisboa que Teria Sido é uma exposição para imaginar como seria a cidade e aqui contamos porque afinal as propostas nunca saíram do papel.
Passaram 24 anos sobre a última grande exposição dedicada a Almada Negreiros (1893-1970) – foi em 1993, no Centro Cultural de Belém, para assinalar o centenário do seu nascimento. Mas em José de Almada Negreiros: Uma Maneira de Ser Moderno, a ocupar a Galeria Principal do edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian, muito há para descobrir (seg, qua-dom 10h-17h30, €5, grátis aos domingos a partir das 14 horas). Percorrendo toda a vida do artista, a antológica mostra peças nunca antes vistas e revela o seu caráter multifacetado e multidisciplinar. Literatura (poesia e prosa), desenho, pintura, ilustração, dança, teatro, animação, arte pública – tudo isto se cruza nos oito núcleos (temáticos, e não cronológicos) da exposição. A saber: Ver; “Os Meus Olhos Não São Meus, são os Olhos do Nosso Século”; Gestos / Movimentos/ Rostos; Saltimbancos; Per Formare; Relações Recíprocas; Espaço Público / Espaço Privado; Cinema, Humor e Narrativa Gráfica).
Uma Maneira de Ser Moderno inclui ainda um variado programa paralelo que vale a pena aproveitar. Mesas-redondas, visitas guiadas às gares marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos, uma peça de teatro (Antes de Começar, pela Companhia da Esquina), um concerto com a Orquestra Gulbenkian (La Tragedia de Doña Ajada, para a qual Almada criou ilustrações para serem projetadas com “lanterna mágica”), ou a projeção de Almada, Um Nome de Guerra, o antifilme de Ernesto de Sousa, estreado em 1984 para a exposição de Almada Negreiros que nesse ano inaugurava o edifício do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, raras vezes apresentado depois dessa data.
Também de uma data redonda se faz Amadeo De Souza Cardoso/ Porto Lisboa/ 2016-1916, reconstituição das exposições históricas de Amadeo em 1916. Cem anos depois, primeiro no Porto, no Museu Nacional dos Reis, e agora em Lisboa, no Museu do Chiado, reúnem-se 81 das 113 obras que Amadeo de Souza-Cardoso escolheu para se apresentar ao público português. A exposição tem suscitado grande curiosidade, sobretudo ao fim de semana (ter-sáb, dom 10h-17h30, €4,50). Por isso, lê-se no site do museu, “o horário da última entrada diária para a visita é definido em função da gestão do fluxo de visitantes sob decisão dos vigilantes responsáveis do museu”. Fica a nota.
Falamos agora de fotografia. E que bonitas são as fotografias da brasileira Cláudia Andujara que se dedicou, nos anos de 1970 e 1980, a documentar a vida do povo Yanomami, enquanto viajava pela Amazónia. É ler mais aqui sobre Visão Yanomami, que inaugura este sábado, 11, no Arquivo Municipal Fotográfico de Lisboa.
Também Três ao Cubo faz parte da programação da Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura. A exposição junta seis ilustradores (três portugueses, três vindos de países da América Latina e Espanha), em três bibliotecas municipais. Catarina Sobral (Portugal) e Mariana Zanetti (Brasil) na Biblioteca dos Coruchéus; André da Loba (Portugal) e Cristóbal Schmal (Chile) na Biblioteca Orlando Ribeiro; e Maria Remédio (Portugal) e Martina Manyá (Espanha) na Biblioteca Camões.
Num registo totalmente diferente é o trabalho de Add Fuel que, até final de fevereiro, ocupa a Galeria Underdogs. Something Old, Something New, Something Borrowed é a sua primeira exposição individual na galeria de arte urbana de Alexandre Farto (Vhils), e que surpreende não só pelas técnicas utlizadas (que não inclui o spray e o stencil que usa habitualmente na rua), mas também pela variedade de trabalhos.