
May B, coreografia de Maguy Marin estreada em 1981 e que passou em Portugal em 1992, estará na Escola D. António da Costa, a 6 de julho
D. Grappe
1. Ricardo Pais, o mestre
Depois dos encenadores Luís Miguel Cintra e Peter Stein, é Ricardo Pais o homenageado na terceira edição de O Sentidos dos Mestres, trazendo ao festival o seu saber de teatro. Aprender a esquecer foi no nome dado a “três encontros terapêuticos com Ricardo Pais para gente mais ou menos do Teatro” (Casa da Cerca, 13-15 jul), a exposição Montra parte dos trabalhos do encenador (Escola D. António da Costa, 4-18 jul) e Ricardo Pais: entre camaradas juntará “o mestre” a algumas das pessoas com quem se tem cruzado em trabalho (Casa da Cerca, 9 jul).
2. A flor de Graça Morais
É de Graça Morais o cartaz desta 33.ª edição do Festival de Almada. Uma flor negra sobre fundo amarelo foi a proposta da pintora que terá duas exposições em Almada: Metamorfoses junta mais de 40 desenhos seus (Casa da Cerca, até 4 set) e Os Biombos mostra os três grandes painéis que criou para a peça com o mesmo nome, de Jean Genet e encenada por Carlos Avilez (Escola D. António da Costa, 4-18 jul). Em reposição estará ainda Graça – Suite Teatral em Três Movimentos, de Carlos J. Pessoa, do Teatro da Garagem, inspirada na pintora (Teatro Taborda, Lisboa, 15-17 jul).
3. O novíssimo teatro italiano
O festival já trouxe a Almada os emergentes do teatro argentino e espanhol. Este ano, é a vez do novíssimo teatro italiano, marcado pela crise económica europeia. “São jovens precários com vontade de fazer teatro e as histórias que nos contam têm muito a ver com o nosso contexto”, sublinha Rodrigo Francisco, diretor do festival. Teatro Sotterraneo, Illoco Teatro, Associazione Culturale Civilleri/Losicco, Dispensabarzotti e Carrozzeria Orfeo são as cinco companhias vindas de diferentes cidades de Itália.

O Teatro Meridional estreia no Festival de Almada A Lição, de Ionesco
João Tuna
4. As estreias portuguesas
O Teatro Meridional e o Teatro do Bairro regressam a Almada com duas estreias: A Lição, de Ionesco, com encenação de Miguel Seabra, sobe ao palco da Escola D. António da Costa a 8 de julho para depois seguir para o Meridional, em Lisboa (13-31 jul); Cimbelino, de tragicomédia Shakespeare, com encenação de António Pires, apresenta-se no mesmo lugar mas a 16 de julho (e, depois de passar por Évora a 22 de julho no Palácio do Barrocal, estará no Museu Arqueológico do Carmo, de 3 a 13 de agosto).
5. A Companhia de Teatro de Almada
Como já tem acontecidos nos últimos anos, a Companhia de Teatro de Almada convida encenadores estrangeiros para juntos fazerem uma nova criação. Este ano, numa coprodução com a companhia espanhola Nao d’amores estreia-se a peça de Gil Vicente com o mesmo nome, encenada por Ana Zamora (Nao d’amores, 5-6 jul, Teatro Municipal Joaquim Benite). Já em Feio, do alemão Marius von Mayenburg, o encenador franco-italiano Toni Cafiero dirige quatro atores portugueses (Teatro Municipal Joaquim Benite, 12-17 jul).
6. O mundo em Almada
Já vão sendo vários os criadores estrangeiros cúmplices do Festival de Almada. Nesta edição, regressam encenadores como a norueguesa Juni Dahr (Hedda Gabler, Casa da Cerca, 5-6 jul), o croata Ivica Buljan (Pílades, Incrível Almadense, 5 jul) ou o francês Joël Pommerat (Pinóquio, CCB, 15-16 jul). E há sempre espaço para primeiras vezes no festival: May B, coreografia de Maguy Marin estreada em 1981 e que passou em Portugal em 1992 (Escola D. António da Costa, 6 jul), Othello, Variação para Três Actores, de Nathalie Garraud (Incrível Almadense, 11-13 jul), O Terror e a Miséria (não só) no III Reich, de Jesús Garcia Salgado (Teatro da Trindade, 14 jul) são apenas três de muitos mais exemplos.

Thomas Ostermeier regressa a Almada e apresenta uma versão do clássico A Gaivota, de Tchecov, no Teatro Municipal Joaquim Benite, a 10 e 11 de julho
Arno Declair