Ao todo serão 11 os concertos incluídos no programa deste ano do Rescaldo, um festival dedicado às “músicas sem rede e sem género do panorama nacional”, como é apresentado pelos seus organizadores, que este ano se divide por duas salas da capital, a Culturgest e a ZDB, durante outros tantos fins de semana. O concerto inaugural de esta sexta, 19, à noite, estará a cargo do guitarrista lisboeta Filipe Felizardo, que apresenta Volume IV – The Invading Past and Other Dissolutions, o mais recente capítulo da sua leitura muito própria da tradição do blues. Na mesma noite toca ainda a dupla OZO, que junta o piano clássico de Paulo Mesquita com a bateria de Pedro Oliveira, também músico dos Peixe:Avião, numa união de universos explicada pelos próprios como “pós-rock de câmara”. O dia seguinte, sabádo, 20, será dedicado à guitarra, primeiro com o espetáculo do projeto Timespine, um trio composto por Tó Trips, Adriana Sá e John Klima, cuja música remete para a tradição hindustani, para a kora oeste-africana, para o koto japonês e para a tradição de seis cordas do sul norte-americano. Em seguida, sobe ao palco Norberto Lobo, um dos mais aclamados guitarristas nacionais, que no ano passado editou, em conjunto com o baterista João Lobo, o aclamado álbum Oba Loba.
O festival continua na semana seguinte, a 25, na galeria ZDB, com os Acid Acid, um projeto do radialista Tiago Castro, criado à volta de uma guitarra, de um sintetizador e de samples, que tem como referências o psicadelismo e o krautrock das décadas de 60 e 70, seguindo-se o sludge-funk dos Plus Ultra, trio formado por Gon (Zen), Kino (Ornatos Violeta) e Azevedo (Mosh). Nos dois dias seguintes, os espetáculos regressam à Culturgest, no novo espaço da Garagem. Primeiro com os Papaya, um verdadeiro supergrupo da cena indie nacional, composto por Ricardo Martins (ex-Lobster) na bateria, Óscar Silva (Jibóia) na guitarra e Bráulio Amado (Adorno) na voz e baixo, que antecedem um dos concertos mais aguardados da edição deste ano: o encontro entre o rock psicadélico dos portugueses Black Bombain e o free-jazz do saxofonista alemão Peter Brötzmann. Na última noite atuam ainda HHY & The Macumbas, Tren Go! Soundsystem e Gala Drop.
Surgido em 2007, o Rescaldo tem como objetivo dar a conhecer as novas linguagens da música nacional, em áreas tão diversas como eletrónica, improvisação e eletroacústica, bem como as franjas mais alternativas do rock ou do jazz.
Rescaldo > Culturgest > R. Arco do Cego, Lisboa > T. 21 790 5155 > ZDB > R. da Barroca 59, Lisboa > T. 21 343 0205 > 19-27 fev, 21h30 > €5, €6