Verdadeiro caso de estudo pela sua longevidade e filosofia, desde o início que o Guimarães Jazz se assumiu como um espaço de liberdade criativa, onde o jazz serve de ponto de partida para uma celebração da diversidade musical. Este compromisso entre tradição e vanguarda, sem qualquer tipo barreiras estéticas e musicais, é mais uma vez materializado num cartaz de excelência, que tem um dos seus momentos altos já esta quinta, 5, no concerto de abertura, a cargo dos históricos Oregon, um dos grupos fundadores, no início dos anos 70, do denominado Ethno Jazz. A banda americana regressa assim a Guimarães, após uma primeira presença em 1996, com uma formação que inclui dois dos seus fundadores, Ralph Towner e Paul McCandless, para apresentar o último álbum Family Tree, de 2012. Na sexta, 6, o palco do Guimarães Jazz recebe um dos mais requisitados bateristas do mundo, o americano Brian Blade, que surge acompanhado pela The Fellowship Band, com a qual se tem aventurado por um jazz influenciado pelos estilos mais tradicionais da América profunda, como blues, gospel ou folk. No sábado, 7, às 18h00, atua o Cholet Känzig Papaux Trio, coletivo liderado Jean-Christophe Cholet, um pianista de formação clássica que é atualmente um dos nomes de proa da música improvisada francesa. Para a noite está reservado outros dos concertos mais aguardados, com a apresentação da Fats Waller Dance Party, um projeto criado pelo pianista norte-americano Jason Moran, de regresso a Guimarães para revisitar o reportório do lendário pianista Fats Waller, com um espetáculo que recria a atmosfera do Harlem dos anos 20 e 30 do século passado.
A dose dupla de concertos repete-se domingo, 2, mas desta vez com dois projetos nacionais. Às 17h00, apresenta-se a Big Band e o Ensemble de Cordas da ESMAE, enquanto às 22h00, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, é a vez do Guimarães Jazz/Porta-Jazz. O festival regressa para a sua segunda semana de concertos com o The Taylor Ho Bynum Quinteto e a James Farm, que aquecem as hostes para dois nomes maiores do jazz mundial: na sexta, 13, chega o saxofonista, compositor, pianista e cantor Archie Shepp que, aos 78 anos, continua a ser um dos mais distintos representantes do movimento avant-garde no jazz. Já no sábado, 14, sobe ao palco a Maria Schneider Orchestra, liderada pela multipremiada (já venceu vários Grammy) compositora e maestrina norte-americana que lhe dá o nome, a quem cabe a honra de encerrar a 24.ª edição do Guimarães Jazz. Como é habitual, em paralelo com os espetáculos, haverá outras atividades, como animações musicais surpresa. Este ano, as oficinas de jazz são orientadas pelo pianista Alexander Hawkins, pelo contrabaixista Neil Charles e pelo baterista Tomas Fujiwara, do americano The Taylor Ho Bynum Quinteto (9, 10, 12 e 13 nov, 14h30-17h30, com inscrição gratuita prévia) e são também eles a protagonizar as jam sessions no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor (5-7 nov, qui-sáb 24h-2h) e no Convívio Associação Cultural (12-14 nov, qui-sáb 24h-2h).
Centro Cultural Vila Flor > Av. D. Afonso Henriques, 701, Guimarães > T. 253 424 700
Plataforma das Artes e da Criatividade > Av. Conde de Margaride 175, Guimarães > T. 253 424 715
5-14 nov > €10 a €75 (passe)