O que era para ser uma série passada sobretudo em tribunais, com um caso judicial por episódio, transformou-se em algo mais intrincado. “Passou a ser uma grande história de uma juíza e os seus casos, num processo sofrido de escrita e de reescrita”, explica Edgar Medina. O autor e produtor viu potencialidades dramáticas nas crónicas Levante-se o Réu, escritas por Rui Cardoso Martins, na Imprensa portuguesa, ao longo de duas décadas. “Histórias que tantas vezes parecem inventadas, mas são verdadeiras”, garante o jornalista e escritor. Todas as semanas, Rui Cardoso Martins marca presença em audiências aleatórias, “à pesca” do que se passa nos tribunais portugueses, principalmente nos de província. Depois, por meio da prosa com que aprendeu a escrever ficção e sem inventar nada, conta tudo de “uma maneira que pertence ao jornalismo, num estilo literário”, alterando apenas os nomes das pessoas.

Para escreverem os sete episódios de Causa Própria, os argumentistas (Edgar Medina, Rui Cardoso Martins, Guilherme Mendonça e Elsa Sequeira Santos) extraíram livremente das histórias pormenores muito reais, “por isso, os diálogos soam a verdadeiros”.
Numa terra onde anda um assassino à solta, a morte de André, jovem de 17 anos, solitário mas rotulado como exuberante, causa alarme social entre a população – um caso de polícia que decorre em paralelo com as histórias que chegam ao banco dos réus.
Realizada por João Nuno Pinto, Causa Própria conta com Margarida Vila-Nova no papel de Ana, a juíza que põe tantas vezes a vida em suspenso em nome da profissão. Menos escrupuloso, ao marido, o procurador Vítor (Ivo Canelas), interessam-lhe resultados rápidos. A dupla policial é formada pelos inspetores Mário (Nuno Lopes), um justiceiro, e Maria (Catarina Wallenstein), desempoeirada, com um toque de Lara Croft. Adriano Carvalho, Afonso Laginha, Maria Rueff, Miguel Borges e Sílvia Chiola enriquecem o elenco.
Veja o trailer da série:
Causa Própria > Estreia 5 jan, qua 21h > RTP1