O papel de parede com padrões psicadélicos, as almofadas capitoné no sofá de veludo, o naperom em cima da camilha, a louça cor-de-rosa na casa de banho, os posters de E.T., Boy George, Cindy Lauper e Wham a forrarem o quarto. Na cozinha, a cloche de alumínio, a cafeteira no fogão, a máquina de lavar roupa da Fundição de Oeiras, o detergente Bravo limão. Durante as gravações, percorremos os diversos cenários de Conta-me Como Foi, icónica série estreada em 2007, e fizemos uma verdadeira viagem aos anos 1980. Carlitos (Luís Ganito), o benjamim da família Lopes, cresceu e tem agora 22 anos. A sua voz continuará a narrar os novos 52 episódios da série que regressa à RTP1 neste sábado, 7, em prime time, logo depois do Telejornal. O argumento foi repescar os momentos mais marcantes da nossa História, entre 1984 e 1987, para traçar o retrato de uma jovem democracia. Da adesão de Portugal à CEE à disputa pela Presidência da República entre Mário Soares e Freitas do Amaral; das medalhas olímpicas de Carlos Lopes e Rosa Mota à morte do ciclista Joaquim Agostinho; do boom do rock português aos gravadores VHS; do sucesso de O Tal Canal, de Herman José, ao filme Flashdance nos cinemas; da burla de Dona Branca ao acidente de comboio em Alcafache.
O envelhecimento natural de todo o elenco foi aproveitado, por isso não há falso cabelo branco nem rugas feitas pela maquilhagem. Em 1984, António (Miguel Guilherme) e Margarida (Rita Blanco) já são avós. Preocupados com a estabilidade dos filhos, vão abrir um parque de campismo. Há um novo membro na família. Aos 13 anos, Susana (Beatriz Frazão) foi adotada pelos Lopes e traz à narrativa uma forma de pensar mais moderna, pois só tem memórias de viver em liberdade.
Em Portugal, a emissão de Conta-me foi interrompida em 2011, ao contrário de Espanha, onde o original Cuéntame Cómo Pasó (2001) nunca parou – vai na 20ª temporada, da ditadura de Franco até ao final dos anos 80.
Conta-me Como Foi > RTP1 > Estreia 7 dez, sáb 21h