Projetada pelo arquiteto João Carrilho da Graça e devolvida à cidade em 2021, a frente ribeirinha, entre a estação Sul e Sueste e o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, ganhou esta terça, 10, uma nova vida com a inauguração da Doca da Marinha. “É um projeto que promete revolucionar hábitos e trará um novo conceito de lifestyle aos lisboetas e turistas, disruptivo e surpreendente” afirma Bernardo Delgado, CEO do Lean Man Group, empresa vencedora do concurso de concessão.
A grande novidade é o restaurante chefiado por Miguel Rocha Vieira, “que aceitou este desafio louco de deixar Budapeste e as duas Estrelas Michelin para trás [no Costes], e assumir a liderança gastronómica deste espaço e dos três quiosques que estão já a funcionar”, avança Bernardo Delgado sobre o regresso do chefe de cozinha a Portugal. “Nós não nos conhecíamos. É engraçado, tivemos uma conversa simples em que discutimos a visão para o espaço e o chefe disse logo que sim. Estávamos alinhados”, contou o empresário. Com abertura marcada para o primeiro trimestre do ano, o restaurante funcionará de segunda a domingo e servirá durante todo o dia, em 140 lugares divididos entre sala e esplanada.
“De quinta a sábado faremos um dois em um, o restaurante vira festa e vai até às duas da manhã. Cada vez mais as pessoas querem fazer tudo no mesmo sítio. Aqui chegam, jantam e divertem-se”, continua. No interior, o restaurante com Miguel Rocha Vieira ao comando terá uma zona de bar, live cooking e uma cabine de DJ ao fundo. Vários tipos de mobiliário ao longo da sala dão-lhe vida e movimento. As janelas abrem totalmente permitindo a fruição total do rio Tejo e da cidade, não havendo barreiras entre o interior e o exterior. “É nossa missão estreitar a relação com o rio”, afirma Bernardo.
“A Doca da Marinha não é um projeto para Estrelas Michelin, é democrático para ser vivido por vários targets”, sublinha o CEO do Lean Man Group. No restaurante a refeição média rondará os €60 sem bebidas, enquanto nos quiosques o preço será mais acessível (entre os €15 e os €25). E também aqui há novidades: o quiosque Azul é agora uma marisqueira, o Amarelo serve petiscos e o Vermelho transformou-se num vegetariano com serviço de brunch todo o dia. Se nos quiosques, a par da cozinha, se destacam as instalações de luz e cor de Julião Sarmento, já no restaurante o traço do arquiteto Carrilho da Graça contemplou um detalhe único: umas escadas na zona da esplanada que permitem que os clientes cheguem de barco e as embarcações atraquem em vários pontões da doca.
O projeto global da Doca da Marinha desenvolve-se em três eixos complementares entre si: restauração, agenda cultural e atividades marítimo-turísticas. “Queremos melhorar e reinventar a oferta gastronómica da cidade e oferecer uma agenda cultural inovadora e alinhada com os interesses da cidade, assumindo o rio como principal denominador comum”, justifica Bernardo Delgado.
A programação regular e eclética acontecerá entre março e outubro e incluirá mercados gastronómicos, de plantas e flores, ou artesanato, além de concertos de jazz e DJ sets com novos talentos, exposições de arte urbana. Também estão pensadas iniciativas que vão marcar momentos fortes do ano e da cidade, como os Santos no Tejo com uma parada náutica, o festival gastronómico Heróis do Mar, numa homenagem aos pescadores, inteiramente dedicado ao peixe e ao marisco do mar português, e o Winter Fanatics que celebrará a época mais fria do ano com um mercado de inverno.
A par da oferta gastronómica, artística e cultural, há ainda a marítimo-turística que trará ainda mais atividades lúdicas ao Tejo. No site docadamarinha.pt, lançado nesta terça, 10, estão disponíveis todas as informações relativas ao projeto e à agenda. “Vai ser um espaço muito divertido e descontraído, para as pessoas se sentirem em casa. Este é um espaço de todos e para todos”, diz Bernardo Delgado, de sorriso rasgado. Bem-vindos a bordo da nova Doca da Marinha.
Doca da Marinha > Lisboa > Quiosques Vermelho: seg-dom 8h30-17h > Amarelo: seg-dom 10h30-19h; Azul: qua-dom 10h30-19h