Da rua, nada deixa adivinhar que atrás da fachada do número 11 da Rua das Gaivotas servem-se petiscos, cocktails e vibram alguns dos melhores sons de música eletrónica da capital. Sem letreiros nem sinais visíveis, encontrar o Vago é uma questão de passa-palavra e seguir os amigos que conhecem a noite lisboeta.
Se até às 22 horas, são as conversas cruzadas e o tilintar dos copos a marcar o ritmo, a partir desse momento, de terça a sábado, arrumam-se bancos e cadeiras e da consola saem ritmos de house, techno, eletrónica, funaná, semba, zouk ou afrobeat, que chegam a prolongar-se até às três da manhã.
Por esta pérola escondida da capital já passaram DJ de cidades de todo o mundo, de São Paulo a Berlim, passando por Bogotá ou Dusseldorf, mas também nomes incontornáveis do panorama nacional como Alcides ou Rai, “pai” do Incógnito Bar.
Entrar no Vago, uma cave de teto abobadado, coberto de pequenos tijolos de terracota, é como descer à toca do coelho de Alice no País das Maravilhas. Atrás dos cortinados de veludo pesado que ocultam a entrada abre-se um espaço em estilo industrial. Pavimento de betão, mesas baixas de madeira e um balcão em cimento contrastam com as linhas sinuosas de um longo sofá de veludo que corre o Vago de uma ponta à outra.
Sim, é verdade, não marcam mesa e é difícil encontrar lugar, mas vale a pena chegar cedo para experimentar o maior número possível de petiscos da carta, enquanto se brinda de Fritzgerald na mão, um cocktail com gin, lima, bitters e açúcar.
Vago > R. das Gaivotas 11, Lisboa > T. 91 650 0060 > ter-qui 19h-1h, sex 19h-2h, sáb 20h-2h