1. Gustave Caillebotte
“Andei anos em redor da obra deste pintor, colecionador e mecenas impressionista, desconsiderado como artista durante quase um século, até o transformar em protagonista do romance Rua de Paris em Dia de Chuva. Mas não me cansei dos seus quadros e recomendo-os vivamente. São visões aparentemente realistas sobre a cidade, mas de perspetivas incómodas, enquadramentos inesperados, um sentimento de estranheza e de mistério irresistíveis.”
2. Terraforming Mars
Durante os confinamentos, a família deu bom uso à coleção de jogos de tabuleiro lá de casa. “O Terraforming Mars é um dos meus favoritos: transformamos Marte num planeta habitável, ajustando a sua atmosfera, construindo infraestruturas e criando condições para suportar a vida humana. Ficção científica, diversão e um pouco de Ciência entrelaçadas.”
3. Memorial de Aires, Machado de Assis
“É o último romance do autor, um dos maiores escritores de todos os tempos e um dos meus preferidos. A narrativa caminha lentamente, ou assim parece, até percebermos que tudo correu a um ritmo vertiginoso e já estamos na borda do precipício. Só que se trata de uma vertigem interior, contida, silenciosa.”
4. Passadiços de Vila Nova de Gaia
“Desde que moramos a dez minutos a pé da praia que os passadiços de Vila Nova de Gaia se tornaram o cenário principal de caminhadas quase diárias, ora em direção do estuário do rio, ora rente ao mar. O pretexto é o exercício, mas o passeio serve para resolver assuntos em conversa ou em pensamento e lavar os olhos na beleza da paisagem.”
5. Les yeux sans visage, Georges Franju
Graças ao marido, o escritor Paulo M. Morais, grande apreciador de cinema, assiste a mais de 100 filmes por ano. “Descubro cineastas como Georges Franju, realizador deste filme de horror de 1960, tão perturbador quanto poético e belo.”
6. Max Ritcher
Viu de seguida as três temporadas da série The Leftovers durante o primeiro confinamento. “Fiquei arrebatada pelas músicas de Max Richter, adequadas à tonalidade intrigante e melancólica do enredo. Gosto de escrever ao som de música e a de Richter tornou-se banda sonora recorrente.”