A centenária revista ligada à Companhia de Jesus mudou de casa e decidiu expandir-se, ganhando a forma de um centro cultural, em pleno coração de Lisboa. No antigo Palácio dos Condes de Tomar, com a sua escadaria imponente e os tetos altos, é agora possível visitar exposições temporárias, trabalhar numa das salas para o efeito, assistir a concertos, tertúlias e apresentações de livros, ou simplesmente folhear um dos 1 600 volumes que compõe a biblioteca generalista dos Jesuítas em Portugal.
As portas abertas do palácio (onde antes funcionou a Hemeroteca Municipal de Lisboa) desafiam-nos a subir as escadas e a perdermo–nos na cafetaria, onde há brunch todo o dia. Ali, também é possível ir apenas beber um copo de vinho, almoçar ou tomar um café num pátio acolhedor, à sombra de um limoeiro. Depois, várias salas convidam ao trabalho e à abstração, seja a ler uma das revistas disponíveis para consulta, seja a observar as várias obras expostas nas paredes e que foram emprestadas por um colecionador anónimo que defende “que a arte é para se ver. E para isso é preciso espaço”.
Os jesuítas querem promover, com a comunidade, uma comunicação bidirecional, o que significa que estão disponíveis para acolher encontros, exposições ou artistas que se enquadrem nos princípios da Brotéria: um lugar que procura dar voz às preocupações das pessoas, atentando à cidade e a quem a habita. “Uma casa de reflexão teológica e estética, com uma linguagem contemporânea”, promete a Companhia de Jesus. Para já, convenceu-nos com os tetos trabalhados, o espaço amplo e silencioso no meio do Bairro Alto e uma programação eclética. E com a qualidade da comida, bem que pode passar a ser lugar de paragem frequente. Quem precisar ou quiser também encontra por lá um sacerdote – é que seis deles vivem no último andar do edifício.
Brotéria > R. de São Pedro de Alcântara, 3, Lisboa > seg-sáb 10h-18h