Pintada com um luminoso amarelo-açafrão, a Casa São Roque espreita, agora, por entre árvores centenárias, na Rua São Roque da Lameira. Depois de anos ao abandono, foi restaurada e acaba de abrir como centro de arte, para mostrar a coleção de artistas contemporâneos de Pedro Álvares Ribeiro. A exposição Inventória, de Ana Jotta, pensada como uma espécie de catálogo de formas, cores, objetos e memórias, é a primeira a conduzir a visita pela casa.
Da garagem ao jardim de inverno, passando pela sala de jantar, há 60 obras para ver até 8 de março. Além de Ana Jotta, a coleção tem trabalhos de Jorge Molder, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Miroslav Balka e Jordi Colomer, entre outros, que poderão ser vistos em futuras exposições. Também estão pensadas sessões de poesia, e concertos de música clássica e de jazz. “Vamos criar uma oferta cultural e envolver os alunos das escolas”, sublinha o colecionador Pedro Álvares Ribeiro. A propriedade confina com o Parque de São Roque, com cerca de 200 cameleiras e um labirinto de Buxus sempervirens.
Numa visita à casa, aprecie-se o chão de madeira, os tetos de estuque, os azulejos pintados à mão, o mosaico hidráulico e os painéis com desenhos Arte Nova que decoram as salas de áreas generosas e com muita luz. Para contar a sua história, é preciso recuar a 1759, altura em que funcionava como mansão e pavilhão de caça. Em 1901, o arquiteto Marques da Silva haveria de a converter num edifício moderno, de grande requinte interior, a pedido do seu então proprietário, o produtor de vinho do Porto António Ramos Pinto. Adquirido pela Câmara do Porto em 1979, o Palacete Ramos Pinto torna-se agora casa das artes entregue à Associação Vivercidade, por um período de 15 anos, que a resgatou da ruína. Antes de sair, não deixe de passar pela biblioteca, para beber um copo de vinho, com chocolate ou amêndoas.
Casa São Roque > R. São Roque da Lameira, 2092, Porto > seg, qua-dom 13h30-19h (out-mar), 13h30-20h (abr-set) > €7, menores de 12 anos grátis, 13-18 anos e mais de 65 anos €3,50, 1ª segunda-feira do mês grátis