
O festival de ioga e lifestyle está de volta a Lisboa para a segunda edição, agora nos Jardins da Fundação EDP, em Belém. O triatlo que junta corrida, ioga e meditação volta a contar com um extenso programa ligado ao bem-estar, que inclui aulas de ioga, workshops e talks conduzidas por especialistas de diferentes áreas. É no 108 stage, que acontecerão as principais aulas, conduzidas por vários nomes nacionais e internacionais ligados a diferentes práticas de ioga, como Grace Dubery, Aline Fernandes e Manu Rodrigues, à meditação, como Rute Caldeira, e à música, com o regresso do guitarrista e compositor Arli Liberman.
Mas haverá mais para ver e fazer no recinto do Wanderlust. Serão organizadas aulas com professores e estúdios vindos de todo o País, de Aerial Yoga ou Hotpod Yoga, palestras e workshops sobre nutrição, alimentação saudável e mindfulness. Ao mesmo tempo, decorrem ainda dois mercados, o Kula, dedicado a start-ups, artesãos, joalheiros e outros ofícios, e o Food Market, focado nas tendências de alimentação saudável. Destaque ainda para a zona dedicada às crianças, com curadoria do Meu Pequeno Buda, onde haverá ioga para crianças, meditação em família e outras atividades para pais e filhos. Haverá ainda um ponto de encontro de chefes, nutricionistas e especialistas em alimentação saudável, entre workshops, showcookings e provas de pratos mais equilibrados.

Aline Fernandes é uma das convidadas do Wanderlust
Três perguntas a Aline Fernandes, ex-modelo e professora do método Ashtanga, uma das convidadas do Wanderlust
1. Começou a praticar ioga em 2002 e, no ano seguinte, foi para a Índia aprender com mestres de Ashtanga. De onde vem a sua ligação a esta prática?
Sou do sul do Brasil, de uma cidade muito simples na praia, sempre fui muito ligada à Natureza. Comecei a trabalhar como modelo aos 16 anos, quase por acaso. Não era um sonho, mas queria viajar e ser independente. O facto de passar muito tempo em grandes cidades, como Milão e Nova Iorque, fez-me perceber que são lugares com valores temporários e muito ligados ao consumo. Estava a morar em Nova Iorque, o ioga ainda era uma coisa dos hippies, como ser vegetariano ou ter um estilo de vida alternativo, e sentia que estava fora do meu eixo. Comecei a praticar ioga através de amigos, atraiu-me a independência desta prática. E depois, tudo aconteceu de forma orgânica, fui assistente e comecei a ensinar.
2. Como olha para o boom do ioga e do estilo de vida saudável?
Tornou-se uma coisa mais abrangente e isso é bom, o facto de estar disponível a toda a gente e de as pessoas começarem a praticar mais cedo. Antes, o ioga estava limitado a um núcleo mais alternativo, pessoas que moravam no campo e tinham um tipo de vida completamente diferente. Tudo o que cresce demais precisa de alguma sensibilidade ou poder tornar-se demasiado aguado. Por isso, digo sempre às pessoas para pensarem bem antes de escolher um professor ou um tipo de ioga. É preciso que a pessoa que está a ensinar tenha o estilo de vida do ioga. Ser professor não é uma profissão, ser mestre é uma continuação da prática e do trabalho interno que esta implica.
3. No Wanderlust, as aulas têm uma escala muito maior. Como se adapta a isso de forma a que a mensagem não se perca?
Apesar de não conseguir prestar atenção individual aos alunos, há nestas aulas uma energia de grupo muito forte. Uma aula grande tem uma potência diferente, para além de ser aberta a todos, praticantes de diferentes tipos de ioga e iniciantes, o que é muito especial.
Wanderlust > Jardins da Fundação EDP, Belém, Lisboa > 30 set, dom 8h30-18h30 > www.wanderlust108.pt > €30 a €82,50