É pelas pequenas histórias que apetece ir até ao Campo dos Mártires da Pátria e parar junto à estátua do Dr. Sousa Martins, em frente da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
A grande história faz-nos recuar momentaneamente até ao final do século XIX, à altura em que ali havia uma praça de touros; só depois de ela ter sido demolida, em 1891, é que o planalto de Sant’Ana foi transformado num jardim. Mas hoje é a confusão das placas de mármore à roda da estátua do médico que não desistia dos casos desesperados que nos atrai.
Os crentes dirigem-se num tu-cá-tu-lá que imaginam bem aceite pelo “pai dos pobres”, e quase sempre sem vírgulas nem pontos, como se tivessem ditado as inscrições dos ex-votos dum só fôlego: “Obrigado pelos milagres que tens feito na minha vida da tua cachopa Marlene da família Gonçalves”.
Contorna-se o pedestal e mantêm-se o estilo e os agradecimentos. “Eu Elisabete agradeço com toda a minha fé ao Dr. Sousa Martins por ter curado o Ricardo grande amigo meu de um cancro maligno”, “Obrigada pela cura das minhas cordas vocais Um xi-coração Maria Nunes”, “Obrigado irmão foste-me muito útil”. Apetece escrever guiões e dar-se o milagre de receber o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual.