São sinónimo de afastamento, mas os muros podem também servir para quebrar barreiras. E este MURO – Festival de Arte Urbana Lx que se volta a erguer em Lisboa, desta vez em Marvila, nasceu para isso mesmo. “Queremos criar novos polos culturais através da arte urbana e enriquecer um território que normalmente não acolhe este tipo de atividades”, explica Inês Machado, coordenadora da Galeria de Arte Urbana (GAU), entidade que organiza o festival, com a Junta de Freguesia de Marvila e as Bibliotecas de Lisboa.
Em ano de Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura, a segunda edição do MURO celebra a identidade cultural destes países. E junta os portugueses Godmess, Hazul, Kruella d’Enfer, Miguel Brum e LS (AK Crew) com a colombiana Gleo, o brasileiro Kobra, o equatoriano Steep, o espanhol Zesar Bahamonte e o mexicano Cix Mugre. A lista dos 15 artistas fica completa com os vencedores do concurso para outras cinco intervenções nas empenas dos edifícios: Alecrim (Portugal), Coletivo Medianeras (Argentina), Jhon Douglas (Brasil), Krammer (Brasil) e The Caver (Portugal).
Para o trabalho com a comunidade juvenil, a GAU convidou o arquiteto venezuelano Flix, que está a trabalhar com os moradores de Marvila em “telas” mais pequenas, como os balneários municipais junto à Feira do Relógio. Pelas ruas de Marvila, vai andar a Orquestra Original Bandalheira, a convidar à participação nas visitas guiadas e workshops gratuitos. E estão, ainda, marcados concertos de Noiserv e DJ Riot (sex e sáb 18h, nas plataformas usadas pelos artistas) e dos Paus com João Carvalho, músico do bairro conhecido por Baterista (dom 16h, Escola Básica de Marvila).
É à volta da nova Biblioteca Municipal de Marvila – equipamento cultural âncora da zona oriental de Lisboa – que decorre o festival MURO. Ali haverá uma exposição coletiva da Underdogs, conversas, debates, sessões de cinema e dança.
MURO – Festival de Arte Urbana > Marvila, Lisboa > até 28 mai, qui-dom 10h-19h > grátis