Quanto mais lhe bates, mais a festa puxa por ti, bem democrática, sem olhar a hierarquias ou títulos na hora das marteladas. Para manter bem vivo o símbolo das festas da cidade, foi lançado o concurso de recriação do Martelinho de São João, uma iniciativa da Fundação da Juventude, em parceria com a câmara municipal do Porto e a ADDICT. Aceitam-se propostas “inéditas e originais na interpretação do tema da Festa do São João, refletindo a tradição, a gastronomia, os locais e as pessoas da cidade do Porto”, sublinha Ricardo Carvalho, presidente da Fundação da Juventude.
Nesta quinta edição, os candidatos podem apresentar, até 20 de maio, um máximo de três propostas (individuais ou em grupo) nas categorias Objeto, 2D e vídeo, sendo o primeiro prémio de mil euros e o segundo de 500 euros. Com um prazo mais curto, até 3 de maio, e restrito a artistas, arquitetos, designers ou estudantes das áreas em questão, estão as propostas de intervenção em espaço urbano que terão de recorrer, obrigatoriamente, aos típicos martelos (cedidos pela Porto Lazer). Neste caso, o prémio será de mil e 500 euros. Para saber o modo e local de entrega das candidaturas, deverá consultar o site www.martelinhos.fjuventude.pt. O Palácio das Artes, sede da Fundação da Juventude no Porto, irá acolher uma exposição com as 250 propostas de martelos mais votadas, entre 10 de junho e 6 de julho.
Pequenino, em azul e branco, assim era a versão original do martelinho de São João, produzido pela fábrica de plástico Estrela do Paraíso e idealizado pelo empresário Manuel Boaventura, que se inspirou num saleiro/pimenteiro visto numa viagem de negócios no estrangeiro. Conta a história que foi criado a pedido de um grupo de estudantes, para comemorarem ruidosamente a Queima das Fitas do Porto. Só que o sucesso do brinquedo foi tanto que passaria, dias depois, para as mãos dos foliões do São João, vindo a tornar-se um dos símbolos da festa, a par do alhos-porros e dos manjericos. A fábrica resistiu como pôde à concorrência chinesa, mas acabou por falir em 2014. O legado, esse, continua.