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O disco começa com um minuto de solo de cavaquinho, em jeito de pré-aviso, para que não se entre por engano. O que aquele minuto nos diz é que não se trata de um disco de música tradicional portuguesa, apesar do uso do instrumento, mas sim de mais uma ousada aventura de Júlio Pereira, um músico que sempre olhou para os instrumentos tradicionais como veículos de transformação, de passagem para a contemporaneidade e nunca como obsoletas ferramentas trancadas no passado. O tema seguinte, Galope do Deserto, confirma essa irreverência, numa toada quase rock.
Seguem-se muitas outras surpresas, num álbum eclético e cosmopolita, como Comboio Azul, próximo de África; Noitada Extravagante, no Alentejo, com António Zambujo, ou Índios da Meia-Praia, numa versão instrumental do tema que escreveu com José Afonso. Com ilustrações de Carlos Zíngaro, Praça do Comércio é o regresso em excelente forma de um dos músicos que mais tem feito pela recriação da música tradicional portuguesa.
Ouça aqui Noitada Extravagante