À volta do núcleo urbano de Celorico de Basto, cruzamo-nos com casas brasonadas rodeadas por cameleiras (ou japoneiras, como são conhecidas no Norte do País) e dedicadas ao turismo de habitação. Os solares são encantadores, embora não sejam suficientes, têm limitações, nomeadamente, na capacidade de alojamento. Por isso, o primeiro hotel da vila minhota, o Celorico Palace Hotel & Spa, aberto em julho passado, pode não exibir brasão na fachada, mas convence pela comodidade e pelos serviços de um quatro estrelas.
António Machado e Gonçalo Meirelles, os promotores do Celorico Palace Hotel &Spa, viram como, em concelhos vizinhos, a presença de um hotel conseguiu mexer com toda a economia local. E acreditaram que podiam fazer o mesmo na terra onde ambos nasceram. Quiseram salientar o contraste com a restante oferta de alojamento, apostando num edifício de arquitetura moderna, construído num arruamento recente do centro de Celorico, a dois passos da Biblioteca Municipal Marcelo Rebelo de Sousa (aliás, o Presidente da República não faltou à inauguração do hotel). Os 42 quartos têm linhas simples, com muita madeira a fazer lembrar o design nórdico. A pensar nas famílias, do outro lado da rua, está ainda a ser construído, pela empresa de engenharia e construção de António Machado, um prédio com cerca de uma dezena de apartamentos destinados a alojamento turístico.
Por enquanto, concentremo-nos no que o Celorico Palace já oferece: piscina exterior de onde se avista o Monte Farinha e o Santuário de Nossa Graça; spa com duas salas de tratamentos (de corpo e rosto, além de rituais de massagem, como aquele que é feito com essências de camélia japónica), piscina interior, sauna, banho turco e ginásio (bem equipado); e um restaurante de comida regional, o Varanda das Camélias, onde tanto se encontram pratos como o cabrito do forno, o polvo na brasa ou o bacalhau à Freixieiro (com broa e presunto) como se servem refeições leves (sanduíches, saladas, cachorros), na esplanada, junto à piscina. O hotel recomenda-se a quem procura sossego, comida honesta e robusta (na vila também não faltam opções), bons vinhos (o hotel é parceiro das quintas desta sub-região do vinho verde) e a prática desportiva, já que a entrada para a ecopista do Tâmega fica ali bem perto (foram reconvertidos 39 quilómetros da antiga linha férrea, entre Arco de Baúlhe e Amarante). E o brasão, já está esquecido?
Henrique Martins
Celorico Palace Hotel & Spa > R. dos Combatentes do Ultramar, 100, Celorico de Basto > T. 255 320 030 > €90 (duplo standard) a €140 (suíte)
