1. Be We
Um ano e meio depois da abertura da loja de Cascais, junto à estação dos comboios, a Be We instalou-se no coração do Chiado, em Lisboa. Em 70 metros quadrados cabem cerca de 25 marcas de vestuário, acessórios e calçado para senhora e homem, e muitas surpresas. A curadoria segue o espírito do projeto idealizado pela brasileira Veruska Olivieri: marcas portuguesas e estrangeiras que se distinguem pelas práticas sustentáveis de fabrico, respeito pelo ambiente e design intemporal. A Gas, Brava Fabrics, B. Simple, Rains, Lemon Jelly, Elex e Nowa têm artigos exclusivos na nova loja, mas na Be We, encontram-se ainda as peças com tingimento natural de Flávia Aranha, os casacos e coletes confecionados a partir de materiais reciclados da Ecoalf, as mochilas da Paperbourne ou os sapatos da Camper. Também as velas de soja da Cerá, as joias da Inês Telles, os óculos de sol da Broolls, as malas da brasileira Catarina Mina, e ainda peças da Creative Amsterdam, Maikai, Yogini, Rio de Sol ou 24 Botles têm aqui lugar. R. Anchieta, 7, Lisboa > seg-sáb 10h-20h, dom 11h-20h
2. Loja-atelier Cebola
Ver Sérgio Condeço trabalhar nas suas ilustrações é uma das singularidades da loja-atelier Cebola, no bairro de São Miguel, um lugar para a arte, feito em parceria com o marido, Marco Gonçalves, onde se vende ilustração, fotografia, livros infantojuvenis e pintura de vários artistas. As paredes estão preenchidas com pinturas de Graça Paz e de Engrácia Cardoso, serigrafias com os aforismos de Inês Maria Meneses, fotografias de Marcelo Tabach e de Salvador Colaço. Também há cerâmica e plantas de interior do projeto Eu e as flores, de Marco Gonçalves. A ilustração está representada por trabalhos de, entre outros, André Ruivo, Joana Estrela, Júlio Dolbeth, Ricardo Ladeira e do próprio Sérgio Condeço. As obras têm preços simpáticos para todas as bolsas. Uma agenda de workshops para crianças e adultos e as quartas-feiras de contos, em que Sérgio Condeço veste a pele de contador, também fazem parte deste lugar especial. R. António Ferreira, 5, Lisboa > seg-sex 10h30-13h, 14h-19h, sáb 10h-13h
3. FuFu
A FuFu combina loja e atelier, não só de Benedetta Maxia como também do marido, António Louro, que instalou na parte de trás da loja o seu estúdio de arquitetura Furo. Benedetta sempre gostou de brinquedos; tinha inclusive uma pasta com descobertas que foi fazendo ao longo do tempo. “Queria uma loja de autor e de bairro, acolhedora e com vários preços, para ser democrática”. Nas prateleiras, há brinquedos para criar, montar, combinar, aprender ou pintar, produzidos com materiais naturais, como a madeira ou reciclados, essencialmente de pequenas marcas. Da Itália, veio a Milani Wood, autores do jogo Shop the Carrot, que testa a destreza, desafiando a cortar, fatia por fatia, uma cenoura, sem deixar cair as outras peças; da França, a Billes & Co, “o gourmet dos berlindes”, como diz Benedetta; das montanhas Besquides na Polónia, os tabuleiros de blocos coloridos da Wooden Story; e da Bretanha, os barcos de madeira da Maison Tirot. R. Luciano Cordeiro, 27 D, Lisboa > ter-sex 11h-13h30, 14h30-19h, sáb 11h-13h30, 14h30-17h
4. Isabel Marant
Duas grandes vitrinas viradas para a rua captam a luz natural de Lisboa e deixam entrever parte das criações de Isabel Marant que recheiam a nova loja da marca, a primeira em Portugal. A loja tem 191 metros quadrados, dois pisos e a estética de design de interiores desenvolvido pelo estúdio da Marant, em estreita colaboração com um grupo de jovens designers e artesãos europeus e mobiliário projetado pelo estúdio de design holandês Odd Matter. É neste ambiente minimalista e industrial que se mostram as coleções de vestuário Isabel Marant e uma seleção da linha Étoile (mais acessível e casual), calçado e acessórios para mulher peças icónicas de Marant (como os jeans, os botins estilo cowboy, os ténis com salto de cunha escondido, um dos itens mais copiados da marca, ou as sweatshirts com logótipo). Na loja, vai ainda encontrar malas e acessórios, como óculos de sol, relógios e joalharia. Av. da Liberdade, 185, Lisboa > T. 21 409 6899 > seg-sáb 10h30-19h30
5. Call Me Gorgeous
A marca é tão expressiva como o fundador, o modelo Luís Borges. Brilho, cor, dimensão e volume definem colares, pulseiras, anéis e brincos da Call Me Gorgeous, agora expostos numa loja própria, na zona da Lapa. A decoração não destoa: bolas de espelhos, uma carpete e expositores em azul Klein, enquadrados por paredes brancas. “Percebi que em Portugal faltava uma marca de acessórios que fosse surpreendente, com peças que fizessem as pessoas sentir-se poderosas”, afirma Luís Borges, referindo ter muitos homens a usar as suas peças. A marca soma já quatro coleções. Big Bang, a mais recente, é uma explosão de cor e aposta em novos materiais. “As minhas criações vão ser sempre exageradas e brilhantes. Desta vez, queria ter pérolas gigantes, estão na moda e são vistosas.” A versatilidade também era importante – um colar não é só um colar e pode ser usado de diferentes maneiras. Comum a todas, são os cristais Swarovski, assim como os brincos com o “B” de Borges. Lapa 71 > R. Garcia da Horta, 71 C, Loja 8, Lisboa > seg-sex 10h-19h > callmegorgeous.store
6. Cuerpo
A residir em Lisboa desde 2021, a peruana Lucia Picasso depressa percebeu que não encontrava os produtos que habitualmente usava na sua rotina de autocuidado e nos quais confiava. Na Lapa, encontrou o sítio certo. Uma loja luminosa de 45 m2, criada pelo XXXI Studio, cheia de cor, com mesas baixas e almofadas à sua volta. Tem cerca de 30 de marcas, quase todas exclusivas, de maquilhagem a cuidados de cabelo, pele e corpo, mas também produtos relacionados com o bem-estar sexual, físico e mental. A maquilhagem da RMS, com fórmulas feitas à base de azeite californiano da Wonder Valley, o massajador da Lola, os casulos do bicho-da-seda da Cokon Lab para limpar a pele, sais de banho da Davids, chá da Anima Mundi, os séruns da Odacité e as fórmulas ayurvédicas da Rasasara, são alguns dos artigos disponíveis. Lapa 71 > R. Garcia de Orta, 71, loja 19, Lisboa > seg-sáb 10h-19h, dom 11h-17h
7. The Level na Les Filles
Maria Fialho e Joana Bernardo tiveram, durante uma década, a loja Les Filles, a dois passos da Avenida da Liberdade. Decidiram, então, transformar o projeto numa montra para outras marcas. The Level é a primeira convidada e, até ao final do ano, em cerca de 30 metros quadrados, estão disponíveis peças de roupa e de acessórios vintage e em segunda mão, escolhidos por Maria João Rocha, responsável pela marca. A oferta inclui artigos para mulher e homem, tanto de marcas como a Burberry, Valentino ou Max Mara como de peças vintage mais acessíveis, sempre com a prioridade na qualidade e longevidade do vestuário e acessórios. O stock é atualizado regularmente com novidades. Tv. do Rosário, 33 A, Lisboa > até 30 dez, ter-sáb 12h-19h
8. Fashion Clinic Home
Tabuleiros, pratos, velas, iluminação e tapetes preenchem, do chão ao teto, os 300 m 2 desta loja temporária dedicada à casa. O projeto fica na Avenida da Liberdade até 31 de dezembro, a tempo das compras de Natal, mas daqui vai invadir outros espaços e bairros na cidade até encontrar a localização definitiva. Uma mesa posta, uma área de estar, expositores com talheres, serviços de mesa e fragrâncias, peças de mobiliário… tudo se mistura e combina sem esforço, independentemente do estilo ou da cor. A cerâmica é uma das artes representadas com marcas portuguesas, como a Viúva Lamego, com peças exclusivas, mas também há as mantas e pufes da Fabricaal, que tão bem representam a tecelagem tradicional, individuais da La DoubleJ, almofadas da Lindell & Co, abat-jours da Cressida Bell, copos da Ichendorf e marcas internacionais como a Les Ottomans, Honoré ou Ginori 1735. Av. da Liberdade, 144, Lisboa > T. 96 426 5905 > até 31 dez, seg-sáb 10h-20h, dom 12h-20h
9. Grab Goog Things
Depois de três passagens por Lisboa, na Rua do Alecrim, sempre como loja temporária, a Grab Good Goods tem agora uma morada definitiva. Na Rua António Maria Cardoso, também no Chiado, distribuídas pelos dois pisos, há dezenas de peças de roupa e de acessórios de designers de moda, portugueses e estrangeiros, sediados no Porto (cidade de onde chega este projeto), com descontos que podem chegar aos 80 por cento. Nos charriots, encontram-se também marcas internacionais, como a espanhola Loewe, a sueca Acne Studios ou a britânica Pangaia. Trata-se de peças de coleções anteriores, organizadas por cores, e a maioria só tem um tamanho. I.B. R. António Maria Cardoso, 41A, Lisboa > T. 21 600 9855 > seg-sáb 10h30-19h30
10. House of Curated
Nem só em museus se faz curadoria. A House of Curated, fundada, em 2021, por Catarina Justino e por Miguel Marques da Costa, e desde junho numa nova loja, na Rua do Poço dos Negros, é a prova disso mesmo. Tal como num museu ou numa galeria de arte, nesta concept store procura-se qualidade, criatividade e peças únicas, que dialoguem umas com as outras, com o espaço e, acima de tudo, que interpelem quem entra. Para quem ir às compras é sinónimo de uma boa caça ao tesouro, os “achados” vão da joalharia surrealista de Beatriz Jardinha aos coordenados coloridos de algodão da C.R.T.D., passando pelos vestidos de seda tingida à mão da White Raven, pelas velas aromáticas da Maison Hanae, feitas em Portugal com cera de soja e uma mistura de óleos essenciais naturais, e pelos individuais de linho pintados à mão, da Poeira Design.
Miguel e Catarina asseguram que todos os artigos “são de marcas pequenas, sem muitos seguidores no Instagram, de que não são vendidos em muitas lojas em Portugal e de que não estão temporariamente na moda, mas perduram no tempo”. Mariana Almeida Nogueira. R. do Poço dos Negros 123, Lisboa > T. 21 585 5583 > seg-dom 10h30-19h
11. Fairly Normal
Pode escrever-se que João Morais Leitão e João Berberan criaram uma marca à sua imagem. Surfistas, os dois amigos procuravam roupa confortável, mas igualmente apresentável, para vestirem todos os dias. Em 2021, nascia a Fairly Normal para aqueles que vão apanhar umas ondas, de manhã, e depois seguem diretamente para uma reunião de trabalho. A produção fica no Norte do País, contra todas as dificuldades de uma marca pequena, que prefere apostar na qualidade dos tecidos (algodão orgânico, fios reciclados, flanelas, lã merina) e na confeção de qualidade. As coleções, ao sabor das estações, incluem t-shirts, sweatshirts, calças, casacos, camisas e camisolas de design minimal e tons neutros, e são desenhadas para homens, mas nas quais as mulheres também encontram peças para vestir (tamanhos do XS ao XL). Na loja da Rua de São Paulo, entre paredes brancas, à roupa juntaram as pranchas de surf da Nothing Surfcrafts, as cerâmicas de Joana Passos, as velas perfumadas da Slow e os óculos escuros da Raen, e alguns livros e revistas que seguem a boa onda da Fairly Normal. I.B. R. de São Paulo, 102, Lisboa > seg-dom 12h-20h > Embaixada, Pç. do Príncipe Real, 26, Lisboa > seg-sex 12h-20h, sáb-dom 11h-19h > fairly-normal.com
12. This is util
Tal como o nome indica, as criações da This is UTIL procuram a utilidade. Ainda assim, e apesar do pendor minimalista das peças, Tomás Carvalhas, um dos fundadores da marca, assegura que “não é preciso ter uma casa tipo santuário, com três coisas à vista”, para que estas encontrem um lugar onde façam sentido. “Podem-se encaixar até em quintas.”
Desde novembro, é mais fácil admirar tais criações no primeiro showroom da marca, em Lisboa. Em destaque encontra-se a estante KGT Wall Unit, a peça mais recente da marca, resultado da colaboração com o estúdio de design anglofrancês Studio CP-RV. Disponível em várias cores, o objeto resulta de quatro combinações diferentes de caixas de armazenamento de alumínio. À nova estante juntam-se as prateleiras, cabides, sapateiras, consolas e mesas, utilizando a mínima quantidade possível de material e procurando a versatilidade de funções. M.A.N. R. do Giestal, 37B, Lisboa > T. 91 236 6997 > seg-sex 10h-17h
12. Alphaiate
João Mendonça Alves, um dos fundadores da Alphaiate, assegura que “é possível vestir um blazer ou umas calças feitos por medida, sem ser de forma antiquada ou aborrecida.” A nova casa da marca de alfaiataria portuguesa, em Campo de Ourique, reflete precisamente esta filosofia, através de um ambiente que oscila entre um gentleman’s club moderno, com carpetes e poltronas de veludo, e um gabinete de curiosidades, repleto dos mais variados objetos, desde gravuras e raquetes de ténis antigas a esculturas em bronze e desenhos científicos de borboletas.
É defronte dos espelhos, que rasgam as paredes de alto a baixo, que a magia acontece. Os clientes não só tiram as medidas como são aconselhados em relação aos vários tipos de corte dos fatos e aos diversos tecidos a usar, que podem ir do 100% de lã a combinações com linho, seda ou caxemira, assinadas por nomes como Zegna, Cerruti, Loro Piana, Holland & Sherry, Dormeuil e Scabal. M.A.N. R. 4 de Infantaria, 96A, Lisboa > T. 91 918 1148 > ter-sex 11h-20h, sáb 11h-16h