Praça de São Paulo
1 – Davvero (geladaria)
Para que a Praça de São Paulo não seja apenas uma zona de bares e restaurantes muito tem contribuído a Davvero, a geladaria aberta em julho passado que também é capaz de aqui trazer avós e netos à saída da escola. Vêm por causa dos gelados servidos à boa maneira de Roma (com espátula, três sabores, nata por cima) e molto bene confecionados com os ingredientes da estação.
N.º 1 T. 92 916 5208. Ter-qui 12h45-22h, sex-sáb até 24h, dom até às 20h
2 – Mia Luxury Vintage e Boho (roupa, calçado e acessórios)
«Tentei fazer uma loja diferente, com peças de roupa, calçado e acessórios em segunda mão, com qualidade. Tanto posso ter artigos dos anos 70, como outros mais atuais, com apenas cinco anos», diz Sofia Zagari, a proprietária da Mia. Destaca, por exemplo, os lenços Hermès e um casaco de homem da Gucci, apesar de haver uma aposta nas peças femininas. Nem tudo tem de ter uma etiqueta luxuosa, na Mia também há peças feitas por costureiras. Um vestido para levar a uma festa custa, em média, 150 euros. «Tudo para não andarmos todas vestidas de igual», remata Sofia.
N.º 8-9 T. 91 211 91 96. Ter-sex 11h-19h, sáb por marcação
Rua de São Paulo
3 – Vinharia (tasca)
Nesta tasca, servem-se petiscos e vinhos. «Fomos recuperar a tradição dos estabelecimentos antigos que vendiam vinhos e petiscos e que se perderam com o passar dos anos», disse, no verão do ano passado, por altura da abertura, Diogo Noronha, responsável pelas ementas da tasca Vinharia e do restaurante Casa de Pasto, que fica na porta ao lado. Aqui dá-se continuidade aos petiscos que já são servidos na Casa de Pasto: rissóis de berbigão, pastéis de bacalhau, croquetes, tábuas de enchidos e de queijos, acompanhadas por vinhos de qualidade, a granel, de várias regiões do País (Azeitão, Colares ou Bombarral), ou à garrafa, do Dão e do Douro.
N.º 18 T. 96 610 8104. Seg-qua 18h-1h, qui-sáb até às 2h
4 – Casa de Pasto (restaurante)
Quando encontrar a bandeira azul com talheres desenhados a dourado e um porco pendurado de cabeça para baixo, basta entrar e subir ao primeiro andar. Vale a pena espreitar a decoração um pouco exagerada pela quantidade de pratos, imagens de Nossa Senhora e crucifixos, nas paredes e nos armários. A ementa, da autoria do chefe Diogo Noronha, que se juntou ao grupo Main Side, proprietário da Pensão Amor e da Lx Factory, e recria antigas casas de pasto lisboetas de finais do século XIX, princípios do século XX. Destaca-se o bisque de crustáceos, a perna de cabrito, a presa ibérica na brasa com alcachofras, o pezinho de porco em escabeche e a sobremesa douchesse de morangos.
N.º 20, 1.º T. 96 373 9979. Seg-qua 12h30-15h, 20h-23h, qui-sáb até às 24h
5 – Lagar do Cais (restaurante)
Na antiga discoteca de metal Transmition, abriu em abril deste ano o Lagar do Cais. Neste restaurante dedicado aos petiscos, serve-se, por exemplo, pica-pau do lombo, torricado de bacalhau e peito de pato à Lagar (sendo que este é uma das sugestões da ementa com mais substância). Nas sobremesas, aposta-se nos doces conventuais como a encharcada. O Lagar do Cais é também um bar de vinhos, com referências do Alto Minho ao Alentejo, e um bar de gin. Ali estão representadas perto de 80 marcas nacionais e internacionais.
N.º 27 T. 21 401 7660. Seg-qua 12h-1h, sex até 3h, sáb 18h-3h
6 – Os Leões de São Paulo (sapataria)
Há 70 anos que a sapataria Os Leões de São Paulo se mantém de portas abertas e na mesma família. Elídio Pereira, o proprietário, já ali teve 14 funcionários a trabalhar – por ora, está sozinho. «O Cais do Sodré virou-se para os copos e para a noite», lamenta, recordando a quantidade de lojas que por ali existia antigamente. «Havia de tudo, desde a agulha ao avião. Há 15 anos esta zona era a Baixa lisboeta, vinham excursões às compras», lembra. E acrescenta: «É preciso trazer novos moradores, mas aqui qualquer prédio que fique vago transforma-se em hostel».
N.º 38-44. T. 21 342 2221. Seg-sex 9h-19h, sáb 9h-13h
7 – Wetani (roupa, acessórios e decoração)
Uma antiga loja de equipamentos agrícolas deu lugar à Wetani, que, em tempo de «conceitos», possuiu «apenas» coisas bonitas, bem selecionadas e de boa qualidade. Roupa, acessórios, peças de decoração de marcas não massificadas, nem sempre alinhadas com as supostas «tendências» e, sobretudo, escolhidas a dedo pela proprietária, Helena Henriques Nunes.
N.º 71 A-B. Ter-sex 10h-15h, 16h-19h; sáb 12h-19h
8 – A Tabacaria (tasca/bar)
Os antigos letreiros recriam a mística de um lugar que já foi o Cambista Pina e, mais tarde, uma casa de jogo e de venda de tabaco. É, há um mês, um bar de fim de tarde onde se comem Valores Selados (€10 a €15) – tábuas de madeira com espaço para uma bebida (finalizada pelo cliente) e uma pequena porção de comida que pode variar entre tiradito de atum ou salmão braseados, ceviche, gambas com molho de abacate e coentros ou sanduíches de lombo de porco. Tudo com a assinatura de Mikas, figura emblemática da noite de Lisboa.
N.º 77. Seg-sáb 16h-24h, sex-sáb até 2h
9 – Nut’ Cais do Sodré (padaria e pastelaria)
De frente para a Praça de São Paulo, a Nut’Cais do Sodré é o negócio mais recente da rua. Abriu no dia 24 de setembro, nas antigas instalações de uma camisaria. Waffles, crepes, churritos e choco kebab, feitos no momento, barrados e ou recheados com chocolate Nutella, são as estrelas da casa fundada em Leiria. É este creme de avelã com cacau e leite, que se faz anunciar mesmo antes de ali se entrar. Vende-se, igualmente, em frascos de 200 gramas (€2,50), 630 gramas (€5,75) e 3 quilos (€28,95). Com 70 lugares sentados.
N.º 92. T. 21 583 8346. Dom-qua 10h-24h, qui-sáb até à 1h
10 – Instituto de Estudos e Desenvolvimento dos Cuidados de Beleza (estética)
Já perto da Rua da Boavista e do Ascensor da Bica, encontra-se o Instituto de Estudos e Desenvolvimento dos Cuidados de Beleza, alojado num primeiro andar. Trata-se da escola de cabeleireiros e cuidados de beleza mais antiga do País, com cerca de 60 anos de experiência. Para que os alunos possam treinar, os cortes de cabelo são gratuitos. Aqui corta-se o cabelo às senhoras e, ali bem perto, no número 11 da Rua da Moeda, aos cavalheiros. Nos restantes serviços de coloração, madeixas e penteados, pagam-se apenas os materiais.
N.º 103, 1.º T. 21 342 5941. Seg-ter, qui 9h, 14h, 19h
11 – Bacalhau (restaurante)
Quando estava à frente do restaurante A Floresta do Calhariz, no Bairro Alto, em Lisboa, Jorge Alves constatou que eram os pratos de bacalhau que mais êxito tinham. Um dia entregou a gestão deste restaurante a outras mãos e desceu até ao Cais do Sodré para abrir o Bacalhau, a funcionar desde fevereiro. Aqui o bacalhau é comprado seco e demolhado na casa, explica o proprietário. Chega à mesa grelhado à lagareiro; frito à minhota; à Brás, com natas; em arroz e cozido com grão. Também há outras opções como pernil de porco preto assado no forno. «Até porque as pessoas não podem comer bacalhau todos os dias».
N.º 170 T. 91 914 7491.Seg, qua-dom 12h-15h, 18h-24h
12 – Arco da Velha (salão de chá)
Em tempos ocupado por uma antiga loja de velharias, o número 184 foi transformado, em maio do ano passado, num original salão de chá onde até a montra é utilizada para sentar clientes. No Arco da Velha, convivem harmoniosamente velharias e bric-a-brac com potes de ervas e pratos de bolos caseiros. Estas delícias doces, expostas num antigo armário de retrosaria, acompanham as dezenas de variedades de chá disponíveis na carta (como o chá preto Rosas da China ou o serviço de chá com leite, à inglesa).
N.º 184 T. 21 822 0843. Seg-qui e dom 11h-24h, sex-sáb até 2h
13 – Tabernáculo (petiscos/bar)
Respira-se jazz, ouve-se fado vadio, comem-se conservas e enchidos, há vinhos, cocktails e gin nos copos. Hernâni Miguel, um dos homens mais conhecidos da noite da capital, define a sua nova casa como «um wine bar de tapas e cocktails». A cereja no topo do bolo é a adega com a assinatura da Bacalhôa – uma zona independente onde as paredes de pedra estão cheias de garrafas de vinhos emblemáticos da marca de vinhos de Azeitão e as barricas de madeira servem de mesa. É aqui que, às terças e quintas-feiras, vai haver sessões de fado vadio regadas por bom vinho.
N.º 218. 12h-2h, sex-sáb e véspera de feriado até 3h
14 – Groovie Records (discos)
Na loja da editora e distribuidora Groovie Records, fundada em 2005, há vinis novos e em segunda mão para comprar a partir de um euro. «Trabalhamos com o rock actual internacional, com influência nos anos 60 e 70. Mais concretamente, com a música dos géneros soul, rock and roll e psicadélico», define Edgar Raposa, o mentor da Groovie Records. Fora deste horário, funciona em www.groovierecords.com.
N.º 252. Qua-qui, sáb 14h-19h, sex até 20h
Rua da Boavista
15 – Filho da Mãe (restaurante)
Logo no início da Rua da Boavista, descobre-se o novo restaurante Filho da Mãe, que aposta nos produtos de origem biológica, com sugestões vegan, sem glúten, paleo e cruvídeas. Está alojado no piso térreo do edifício em tons de amarelo da Casa do Mercado Lisboa Bed & Breakfast, igualmente aberto em agosto, e que oferece nove quartos estendidos pelos restantes quatro andares.
N.º 10, T. 21 342 0511. Seg-dom 8h-24h
16 – Pistola y Corazon (tacaria)
Passa-se a explicar o género da casa Pistola y Corazon. Uma tacaria é um lugar onde se comem tacos, uma especialidade típica mexicana que não precisa de faca nem de garfo, tão pouco de hora certa para a devorar. Seja qual for a opção escolhida, como a de Tinga de Pollo (com frango desfiado e salteado em tomate fresco, chipotle e especiarias) ou a de Camarón (com camarões condimentados e salteados), todas as sugestões vêm acompanhadas por três tortilhas de milho e três molhos. Atenção: a maioria dos tacos são picantes. Por isso, o melhor é pedir logo uma tequila ou um mezacal.
N.º 16 T. 21 342 0482. Ter-sex 12h-15h, seg-dom 18h-24h
17 – LT98
Loja de roupa e bijuteria
N.º 18 T. 96 330 2449. Seg-sex 10h-19h, sáb 15h30-19h
18 – Galeria Boavista
Galeria municipal de arte dedicada à arquitetura
N.º 50 T. 21 323 0091. Qua-sáb 14h-19h
19 – Edifício Transboavista
Plataforma de artistas emergentes. Inclui galeria de arte, salas de exposição e ateliês
N.º 84 T. 21 343 3259. Qui-sáb, 14h-19h
20 – BV90 (oficina para artistas)
Fabrice Ziegler e Liz Vahia transformaram a antiga loja de iluminação do edifício Transboavista num ateliê que recupera a ideia de «oficina aberta a artistas». «Numa altura em que as pessoas, por questões económicas, não têm onde produzir o seu trabalho», justifica Fabrice, a viver há 20 anos em Lisboa. O ateliê funciona através de residências artísticas, com duração máxima de 15 dias, e tem à disposição oficina de madeira, ferro, têxtil, encadernação e impressão, e ainda um laboratório de fotografia e cinema.
N.º 90. Seg-sáb, com marcação prévia
21 – Mezzanine Creative Restaurant
Restaurante
N.º 106 T. 91 720 9780. Seg, qua-qui 8h-10h30, 19h-24h, sex-sáb até 2h
22 – Armando Carneiro (sapateiro)
Armando Carneiro soma 83 anos de idade, 63 de profissão. «Quando para aqui vim, contavam-se mais de dez oficinas por essa rua fora, agora resto só eu», conta o sapateiro enquanto cola novas solas. Aqui é a entrada de um prédio recuperado, que tem lá dentro um pequeno balcão e uma espécie de despensa onde o senhor Armando guarda as ferramentas de trabalho e os pares de sapatos que vão ficando esquecidos. «E pago renda», diz, com orgulho.
N.º 120. Seg-sex 9h-18h30
23 -Luar da Boavista
Restaurante
N.º 122 T. 21 342 5170. Seg-qua, dom 21h-24h, qui-sáb 19h30-00h30
24 – Verso Branco (design e galeria)
Foram dois anos de trabalho até que Fernando Sousa conseguisse devolver a «dignidade» ao rés-do-chão onde funcionou um restaurante. «Estava muito degradado e adulterado, mas valeu a pena», diz. De frente envidraçada e entre paredes que mostram os pilares e arcadas do edifício pombalino, a Verso Branco junta loja de mobiliário e produto de jovens designers, galeria de arte e serviço de decoração de interiores.
N.º 132-134 T. 21 134 2634. Ter-sáb 11h30-20h
25 – Build My Bike (loja e oficina de bicicletas)
Miguel Silva largou a profissão de fotógrafo para se dedicar a outra das suas paixões: as bicicletas. Depois de uma passagem pela Graça, decidiu mudar-se para a Rua da Boavista atraído pela «potencialidade da zona, que tem crescido muito nos últimos tempos». Na antiga loja de ferragens – que também já foi galeria de arte e reprografia –, vendem-se agora bicicletas e acessórios, recuperam-se modelos antigos e até se constrói um modelo à medida do cliente. E se tiver um furo ou quiser afinar os travões, também pode passar por lá.
N.º 146 T. 91 215 7251. Seg-sex 10h30-19h (nov/dez aberto ao sábado)
26 – Zeev (aluguer de veículos elétricos)
A clientela faz-se sobretudo de turistas – ou de empresas que organizam passeios na cidade para turistas – que vêm aqui para alugar bicicletas, motos ou carros alimentados a eletricidade. Os preços começam nos 8 euros por hora e quanto mais tempo passar ao volante, mais barato fica.
N.º 166 T. 91 510 0242. Seg-sáb 9h-18h
27 – O Forno de S. Roque (pastelaria e padaria)
Uma das sete lojas da Panificação Reunida de S. Roque, fundada em 1961 e que resultou da fusão de pequenas padarias que existiam no Bairro Alto. Além de pão, possui também fabrico próprio de bolos.
N.º 178 T. 21 346 5895. Seg-sex 7h-19h, sáb 7h-13h
28 – Casa dos Parafusos
Mantém-se preservada a fachada forrada a azulejos produzidos pela antiga Fábrica de Cerâmicas Lusitânia, no Arco Cego, onde pode ler-se o nome da casa desenhado, claro está, com grandes parafusos. O edifício é património municipal e está arrendado à Pecol, empresa sediada em Águeda que, na porta ao lado, comercializa também colas, sprays, vedantes e ferragens. Garantia da casa é que aqui encontra parafusos que não existem em mais lado nenhum de Lisboa, vendidos à unidade e não em caixas de 50, como as grandes superfícies nos obrigam a comprar.
N.º 186-188 T. 21 395 0437. Seg-sex 9h-13h, 14h-18h
29 – Essência Viva
Produtos para o corpo e para a casa
N.º 89. Seg-sex 10h-19h
* Com Sara Belo Luís, Sónia Calheiros e Susana Lopes Faustino