Open House Lisboa
10 e 11 de outubro, sábado e domingo
10h-18h
www.openhouselisboa.com
Não haverá, em Lisboa, muitos exemplos como o da cervejaria Solmar, na Rua das Portas de Santo Antão. Faz 60 anos em 2016, mas por lá resistem os candeeiros, parte do mobiliário Olaio, o relógio e o painel de azulejos alusivos ao mar, destaca o arquiteto Fernando Sanchez Salvador, autor da Bica do Sapato, Lux e Papa Açorda, que conduzirá a visita marcada para este sábado, 10, no âmbito da Open House Lisboa.
A quarta edição decorre este fim de semana, dias 10 e 11, e oferece ao público um roteiro mais diversificado do que nos anos anteriores. Quer pela tipologia de edifícios, incluindo-se cafés, restaurantes e pastelarias emblemáticas da cidade – o Nicola, a Solmar, a Versailles e a Mexicana – e três escolas recentemente reabilitadas, como o liceu Rainha D. Leonor; quer pela possibilidade de ficar a conhecer Lisboa de outras “perspetivas”. Seja das alturas, como a visita à Ponte 25 de Abril ou ao Padrão dos Descobrimentos; seja a partir de percursos subterrâneos, como a recém-aberta Galeria do Loreto, entre a Mãe d’Água e o Reservatório da Patriarcal; seja ainda através dos passeios por bairros como as Avenidas Novas, o Príncipe Real ou Alvalade. Todas as visitas são grátis e guiadas por arquitetos (nos projetos contemporâneos, pelos os próprios autores), historiadores ou olissipógrafos, entre outros especialistas, mas também pelos 180 voluntários formados para o efeito, na sua esmagadora maioria estudantes de arquitetura.
“É seguramente a melhor Open House, com um programa muito completo e que será difícil de superar para o ano”, resume José Mateus, presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, que promove a iniciativa em Lisboa desde 2012, inspirada no modelo homónimo em Londres. Entre os parceiros da Open House Lisboa está este ano a EGEAC, entidade que gere o Complexo dos Coruchéus, composto por 50 ateliers de artistas e a galeria Quadrum, o Atelier-Museu Júlio Pomar e o Museu da Marioneta, que fazem parte da lista dos 70 edifícios abertos durante os dois dias. Depois mantêm-se as visitas a casas privadas, como o apartamento ao cimo de um quinto andar na Rua dos Fanqueiros, reabilitado pelo ateliê Casca que transformou “uma casa tão má que ninguém queria”, como descreve a arquiteta Helena Jerónimo, num bonito open space onde se circula livremente e apetece morar.
A edição do ano passado recebeu 14 mil visitantes e como há moradas que exigem marcação prévia (algumas já esgotadas, como a Ponte 25 de Abril ou o Panóptico do Hospital Miguel Bombarda) ou cuja participação se faz por ordem de chegada, aconselha-se a estudar o roteiro em www.openhouselisboa.com. Para que este fim de semana não fique à porta.