Ginástica mental
A prática de “exercício mental”, nota, Alexandre Amaral e Silva, neurologista no Hospital CUF Tejo, é tão importante como a “prática de exercício físico”, para manter o cérebro em forma e saudável. Ler, escrever, pintar, desenhar, fazer palavras-cruzadas, puzzles, sudoku ou jogar às cartas são exemplos que o especialista dá para melhorar o funcionamento do cérebro e para “promover o crescimento de novas células cerebrais”.
Manter uma vida social ativa
Estar com os amigos e a família “é essencial para manter uma boa função cerebral”, diz Sofia Rocha, neurologista no hospital de Braga. “A socialização tem sido referida como um fator protetor para o desenvolvimento de demência.” O contrário, ou seja, o isolamento, explica Alexandre Amaral e Silva, é um fator de risco para o “declínio cognitivo”.
Cuidar das emoções
A ansiedade e a depressão são inimigos do cérebro. “A longo prazo”, atesta o especialista da CUF Tejo, podem causar “dificuldades no desempenho cognitivo”. O tratamento dos sintomas depressivos é essencial e ajuda a minimizar a “perda de memória relacionada com a idade”. Por outro lado, o stresse, que até certo ponto é benéfico para as atividades do dia a dia, “quando exagerado ou crónico, associa-se a um pior desempenho cognitivo em diferentes tarefas”, nota Sofia Rocha.
Praticar exercício físico
O exercício é, também, um aliado do bom funcionamento do cérebro. “Melhora as áreas da memória, aprendizagem, concentração e tomada de decisões”, explica Alexandre Amaral e Silva, ou seja, contribui para diminuir o risco de demência. Caminhar, correr ou nadar, “melhoram o fluxo sanguíneo cerebral”, diz o médico, e “promovem o crescimento e a reparação dos tecidos”. O conselho é que se faça um mínimo de 30 minutos de intensidade ligeira a moderada dia sim dia não.
Sair da rotina
Começar uma nova atividade cultural ou desportiva, integrar um clube ou grupo de voluntariado, aprender uma língua estrangeira, enumera o neurologista da CUF Tejo, são exemplos de atividades que vão “expor o cérebro a diferentes estímulos, desenvolvendo outras capacidades e interesses”, contribuindo, assim, para aumentar a capacidade cerebral.
Dormir bem
O tempo de sono recomendado varia conforme a idade, mas já se sabe que nos adultos o mínimo são as sete horas por noite. Dormir pouco “constitui um fator importante para o aparecimento de queixas de memória”, refere a neurologista do hospital de Braga. Dormir mal durante um período grande de tempo “associa-se ao desenvolvimento de deterioração cognitiva e demência”, acrescenta. Já as doenças relacionadas com o sono, como a síndrome de apneia obstrutiva (ressonar, parar de respirar durante o sono e ter sonolência durante o dia) também “aumentam o risco de disfunção cognitiva”, mas há tratamento.
Alimentação equilibrada
A dieta mediterrânica – mais ingestão de peixe, fruta, vegetais, leguminosas e azeite e menos de açúcar, carnes vermelhas e alimentos com gorduras saturadas – “está associada a uma melhor função cognitiva e redução do risco de desenvolver demência em idade mais avançada”, diz Elisa Campos Costa, neurologista na Clínica CUF Almada. Além disso, os alimentos ricos em “vitaminas, ácidos gordos ómega 3 e antioxidantes”, nota, melhoram a função cerebral através da “redução de processos inflamatórios e da deposição de substâncias nocivas ao cérebro”.
Evitar o tabaco
O tabaco leva à perda de memória “relacionada com a idade” refere Elisa Campos Costa. Um maço de cigarros por dia, alerta Sofia Rocha, “aumenta em 34% o risco de ter doenças da memória”. A boa notícia é que deixar de fumar “reduz o risco de demência para níveis próximos dos das pessoas que nunca fumaram”, garante a especialista da CUF Almada.