Depois de as autoridades de Saúde dos EUA recomendarem a diminuição, de 10 para 5 dias, do período de isolamento para infetados com Covid-19 e para contactos de risco, a medida tem estado a ser debatida em vários países. Em Portugal Continental, o período passou de dez para sete dias para pessoas infetadas assintomáticas e para contactos de alto risco, mas a Madeira também já reduziu para cinco dias o isolamento de assintomáticos e de quem contactou com casos positivos, tal como aconteceu nos Açores e nos EUA.
No Reino Unido, esta redução do tempo de isolamento tem estado também a ser debatida, mas a UK Health Security Agency (UKHSA) – responsável pela gestão da pandemia no Reino Unido – alerta que cortar ainda mais o isolamento pode levar à infeção de mais pessoas. Segundo a organização, estima-se que 10% a 30% das pessoas ainda estejam infecciosas no sexto dia, “dependendo de quanto tempo depois desenvolverem os sintomas e quando receberam o resultado do teste PCR”. Portanto, a UKHSA conclui que tornar o período de isolamento mais curto do que sete dias “seria contraproducente” porque os infetados ainda podem contaminar outras pessoas.
“Acreditamos que permitir que as pessoas saiam do isolamento após dois testes negativos nos dias 6 e 7 é a abordagem ideal no momento”, escrevem. “Isto ajuda a que as pessoas que provavelmente não são infecciosas possam voltar ao trabalho e a retomem outras atividades, mas permite também continuar a proteger a população em geral da infeção”.
Para os especialistas da agência, esta questão do tempo de isolamento no Reino Unido não é comparável ao que se passa dos EUA. Se no Reino Unido, o “temporizador” do isolamento começa a contar quando uma pessoa apresenta os primeiros sintomas ou obtém um teste positivo – o que for primeiro -, nos EUA o isolamento de cinco dias começa apenas aquando do teste positivo, o que pode acontecer vários depois depois dos primeiros sintomas.
No caso da Madeira e dos Açores, a decisão de reduzir o isolamento para pessoas infetadas assintomáticas e para contactos de alto risco surge porque a maioria da população já está totalmente vacinada, estando até já a receber a dose de reforço. Assim, no caso destas regiões, a probabilidade de contágio é menor do que, por exemplo, em Portugal Continental – onde o número de infetados está a aumentar e a vacinação da dose de reforço ainda está só no inicio.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales disse esta segunda-feira em entrevista à CNN Portugal que “fica em aberto” a possibilidade da diminuição do período de isolamento para infetados com covid-19 assintomáticos e de contactos de risco para 5 dias, mas que para já esta possibilidade não se coloca devido ao cenário pandémico. O mesmo acontece com a UKHSA, que garante estar a avaliar e a monitorizar esta questão: ” A nossa avaliação pode mudar à medida que continuemos a aprender mais sobre a variante Omicron em comparação com, por exemplo, a variante Delta.”