A psicóloga Marta Calado, que se tem dedicado às questões das crianças, dos adolescentes e da família, explica como se deve lidar com crianças e adolescentes nesta nova quarentena. As estratégias que devem ser montadas, os sinais que devem ser valorizados e as situações que devem ser evitadas.
Numa altura em que as crianças estão em casa, fechadas num novo confinamento, a especialista garante que é importante montar uma estratégia familiar, que passa por aproveitar “o que correu bem” na última quarentena e abandonar o que correu mal. Além disso, dá outras sugestões, como a de os pais garantirem que eles próprios estão bem. “Devem cuidar de si próprios”, para que possam ajudar os filhos; devem mediar as expectativas, devem comunicar com os filhos sobre o que se está a passar em momentos estratégicos e é essencial definir rotinas. Criar, até, “um espaço” para o estudo.
Além disso, aconselha a psicóloga da Clínica da Mente, é importante estar atento aos sinais “de agressividade, irritabilidade, cansaço” dos filhos. E não só. Também é de estranhar quando ficam mais tristes “e ficam no canto deles” ou quando se portam de forma mais agitada. “Como os mais pequenos não têm a capacidade de exprimir as emoções temos de estar atentos a sinais como a tristeza, a apatia ou quando ficam no canto deles” . Até porque, nota, uma das lições que se tirou do outro confinamento foi a de que muitas crianças e adolescentes acabaram por cair em alguns problemas sem os pais se apercebera. Marta Calado recorda que muitas raparigas deixaram de comer hidratos para emagrecer, com os pais a pensarem que era falta de apetite. E sublinha também o caso de crianças e adolescentes que ficaram viciados em novas tecnologias. Situações que os pais não perceberam porque queriam estar sossegados a trabalhar. “Mas no sossego, não sabemos o que está a acontecer”.
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