“O ministério da Saúde vai avançar com um inquérito aos hospitais para apurar se foram vacinadas pessoas que não deviam em detrimento de outras, adiantou à VISÃO Carlos Cortes, responsável da Ordem dos Médicos da região centro.
A informação foi dada à Ordem dos Médicos numa reunião com os responsáveis da Administração Regional de Saúde do Centro que decorreu na quinta-feira à tarde, onde se debateram vários assuntos, incluindo as suspeitas que cercam os hospitais, como a de terem sido vacinados nos primeiros dias, administrativos, médicos que estavam de baixa, familiares, clínicos reformados e especialmente profissionais de saúde que não estão em qualquer contacto com doentes Covia-19 em detrimento de outros que se encontram na linha da frente contra a pandemia.
“Há muitas queixas. Há dezenas em relação ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”, garante Carlos Cortes, presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos, admitindo que entre as denúncias há situações que envolvem, entre outros, a suspeita de vacinação de médicos reformados do Serviço Nacional de Saúde, administrativos e muitos profissionais que não lidam com doentes Covid-19 ocupando o lugar de muitos que estão nas urgências ou outros lugares de maior risco. “Basta ver que no primeiro dia, segundo nos foi reportado, foram vacinados os diretores de serviço de todos os serviços”. A Ordem chegou a pedir esclarecimentos ao CHUC ,as até ao momento não recebeu qualquer resposta.
Apesar de não exitirem critérios rigorosos previamente estabelecidos pelo Ministério da Saúde quanto à vacinação nos hospitais, havia a indicação de imunizar primeiro os profissionais que estavam mais em risco. Por isso, a tutela, segundo a Ordem dos Médicos, pretende agora fazer um inquérito a nível nacional para verificar se se existiram irregularidades nos vários hospitais do País . “É que há suspeitas em muitos hospitais de norte a sul” diz o médico. Além da Ordem dos Médicos, também a Ordem dos Enfermeiros tinha denunciado algumas situações irregulares na vacinação, como a de ter sido dada prioridade a profissinais que estavam de baixa em casa há meses, em vez de outros que estão no terreno a lidar todos os dias com os milhares de doentes Covid-19,
As Ordens enviaram todas as queixas para a tutela.