As impressoras 3D, que são cada vez mais comuns, operam através do derretimento de filamentos de plástico ou outros materiais, como nanopartículas, metais e termoplásticos. A partir daí, vão formando diferentes objetos através da sobreposição dessas substâncias.
Vários estudos apresentados esta terça-feira na reunião anual da Society for Risk Analysis afirmam que os resultados vão ao encontro do que se esperava: as partículas libertadas pelas impressoras 3D durante o processo de impressão podem ser tão tóxicas ao ponto de pôr em causa a boa qualidade do ar. Os investigadores analisaram vários tipos de emissões e alertam que é necessário um estudo mais aprofundado.
Segundo a revista Forbes, uma das investigações discutidas analisou a libertação de uma substância chamada acrilonitrila butadieno estireno (ABS) durante a impressão. O estudo, coordenado por Yong Qian, do Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional, nos EUA, estudou células do pulmão humano e de ratos que foram expostos por inalação e chegou à conclusão de que as partículas causaram “toxicidade moderada” no pulmão humano e “toxicidade mínima” nos animais.
Esta não é a única substância perigosa: também o ácido polilático (PLA) tem um efeito negativo. Rodney Weber, professor na Escola de Ciências da Terra e Atmosfera da Georgia Tech, alerta que é preciso ter em conta a quantidade de materiais tóxicos a que os indivíduos são expostos. “Os testes de toxicidade mostraram que as partículas de PLA eram mais tóxicas do que as partículas de ABS numa comparação por partícula. Mas como as impressoras emitiam muito mais ABS, são as emissões de ABS que acabam por ser mais preocupantes”.
Os responsáveis pelos estudos avisam que, como estas máquinas estão a tornar-se mais comuns, é necessário sensibilizar as pessoas para o perigo. “Até agora, o público em geral tem pouca consciência das possíveis exposições às emissões de impressoras 3D. Um benefício social potencial desta pesquisa é aumentar a consciência pública sobre as emissões e sobre a suscetibilidade possivelmente maior das crianças”, acrescenta Peter Byrley, um dos principais autores do estudo da Agência de Proteção Ambiental americana.
Outro relatório alerta que, além do perigo para os seres humanos, acredita-se que as máquinas possam ter um efeito negativo no meio ambiente.
No final da reunião, foram deixadas algumas orientações para diminuir a exposição tóxica. Operar impressoras 3D apenas em áreas bem ventiladas, afastar-se das máquinas durante o processo de emissão e usar impressoras com baixas emissões são algumas delas.