A hormona GDF15 é um fator de risco para a sépsis, uma doença potencialmente fatal caracterizada por uma “resposta desregulada do organismo a uma infeção levando ao mau funcionamento dos órgãos”.
Em comunicado, o Instituto indica que a investigação coordenada por Luís Moita mostra como “numa altura em que muitos grupos e empresas farmacêuticas diferentes estão a considerar a administração de GDF15 como uma possível terapia complementar na obesidade, é importante ter em conta que esta estratégia terapêutica pode aumentar o risco de infeção grave, incluindo sépsis”.
A investigação, em que também trabalharam cientistas em França, na Alemanha e na Coreia do Sul, foi publicada na revista científica da Academia Nacional das Ciências norte-americana.
A sépsis afeta milhões de pessoas todos os anos, estimando-se que seja responsável por 20 por cento das mortes por ano em todo o mundo.
De acordo com um estudo publicado na revista Lancet, em 2017 morreram 11 milhões de pessoas com sépsis.
A equipa liderada por Luís Moita descobriu que a hormona, cuja presença no corpo aumenta em casos de obesidade, doenças pulmonares ou cardiovasculares, tem “um efeito crítico na infeção.
Usando amostras de sangue de doentes com sépsis e de outros saudáveis, concluíram que “os pacientes com sépsis tinham níveis mais aumentados de GDF15 em comparação com os outros grupos, e que os níveis mais elevados dessa hormona se correlacionavam com a mortalidade”.
Estudando ratos que não tinham a hormona, descobriram que sobreviviam “melhor a uma infeção bacteriana abdominal que imita a sépsis em pacientes humanos”.
O que aconteceu foi que conseguiam “recrutar substancialmente mais glóbulos brancos, especificamente neutrófilos, para o abdómen, controlando assim melhor a infeção localmente e impedindo que esta se alastrasse rapidamente para o resto do organismo”.
Os resultados da investigação apontam para a possibilidade de poder haver um novo tratamento para a sépsis com um anticorpo monoclonal bloqueador que iniba a ação do GDF15.
APN // ZO