Já há algum tempo que se sabe que há mais com que devemos preocupar-nos do que a idade avançada e patologias associadas. Nestes três meses de pandemia ( ou seis, desde que o surto começou em Wuhan, na China) esse é o grande propósito dos estudos, um pouco por todo o mundo. E se, em alguns casos, parece haver avanços e recuos, noutros são certezas que se acumulam.
Isto para dizer que pelo menos um desses fatores de risco já conhecidos é novamente apontado pelo mais recente estudo desenvolvido na Coreia do Sul. Falamos da diabetes, essa doença caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue.
Mas não só. Nessa lista agora conhecida, estão ainda a alta temperatura corporal, a baixa saturação de oxigénio (muito frequente em fumadores) e ainda uma referência clara a lesões cardíacas anteriores.
São informações recolhidas por médicos sul-coreanos e podem ajudar a identificar quem corre mais risco no estágio inicial da doença. Foi o que avançou à agência Reuters, Ahn June-hong, especialista em medicina interna do Centro Médico da Universidade de Yeungnam. Os dados constam do Journal of Korean Medical Science.
A oportunidade por que esperavam
Para chegar àquelas conclusões, o que os médicos fizeram foi analisar detalhadamente o caso de mais de cem pacientes, entre meados de fevereiro e abril. Em comum, estiveram todos internados num hospital em Daegu, a quarta maior cidade da Coreia do Sul e epicentro do surto no país.
Desses 110 doentes, 23 desenvolveram doença grave. Além de significativamente mais velhos do que os outros, eram também os mais propensos às outras patologias. Foi então possível concluir que pacientes com pelo menos três dos quatro fatores identificados têm mais risco de desenvolver patologia grave.
E isso, como sublinhou June-hong, pode parecer um pequeno passo para investigação científica, mas significa um enorme salto para o tratamento médico. “Acreditamos que, a confirmar-se o padrão, é uma enorme oportunidade para oferecer os melhores cuidados aos doentes de alto risco desde o estádio inicial da doença”.