Este é claramente um problema de consciência. Mas é também uma questão de pragmatismo, nota o americano Brian Kateman, de 27 anos, co-fundador do movimento Reducitarianismo, que decidiu tornar-se vegetariano no liceu, mas não deixou de comer peru no Thanksgiving. A ideia não é sermos “perfeitos”, explicou ao Guardian. “As pessoas comem menos carne porque a redução do seu consumo tem um impacto significativo no planeta e na saúde.”
Brian Kateman estava a comer um hamburguer quando um amigo lhe deu um exemplar do livro The Ethics of What We Eat, de Peter Singer e Jim Mason (em Portugal foi publicado com o título Como Comemos, pela Dom Quixote). Parece anedota, mas o fundador da Reducetarian Foundation e professor no Centro de Sustentabilidade Ambiental da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, garante ser verdade.
O livro, que começa à mesa de três famílias para falar sobre o verdadeiro custo das nossas escolhas alimentares diárias, mudou-lhe a vida. “Foi uma surpresa ler que a produção animal é responsável pelas mudanças climáticas e pela perda de biodiversidade, bem como pelo aumento de doenças cardíacas, cancro e obesidade”, conta. “Se as pessoas reduzissem apenas 10%, seria uma enorme vitória.”
Brian Kateman decidiu, então, criar uma fundação que tem como missão melhorar a saúde humana, proteger o meio ambiente e proteger os animais, reduzindo o consumo de produtos de origem animal. “A premissa central dos reducitarianistas é a de que os veganos e os vegetarianos fazem parte do mesmo espectro que as pessoas que estão insatisfeitas com a produção animal e, por isso, decidiram que apenas comem carne de vez em quando”, diz. “É sobre moderação para os omnívoros. Sempre que nos sentamos para comer é como se votássemos nas questões que nos preocupam.”
No site da Reducetarian Foundation é possível comprar o livro The Reducetarian Solution (a solução do reducitarianismo) e aprender a cozinhar dezenas de pratos vegetarianos. As fotografias que acompanham as receitas têm todas tão bom aspeto que é fácil esquecer a carne nem que seja apenas por uns dias.
A nossa preferida é a receita de Guilt-free Lasanha (lasanha sem culpa, à letra) e não é só por causa do nome. Também deve ficar uma delícia com mozarella verdadeira e Béchamel convencional – afinal, ninguém disse que tínhamos de ser perfeitos, pois não?