O leite materno está tradicionalmente associado a diversos benefícios: fortalece o sistema imunológico, diminui o risco de alergias, asma, infecções no ouvido e problemas respiratórios, ajuda a manter um bom peso e há mesmo quem defenda que melhora o QI. Mas todas estas vantagens estão associadas aos filhos. O que pode a amamentação fazer pelas mães? Há muito que os investigadores estudam a relação entre a amamentação e o cancro da mama, sendo a amamentação prolongada considerada como uma forma de reduzir o risco de contrair a doença.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriu agora que a amamentação, além de ajudar também as mães na perda de peso, diminui o risco de doenças cardíacas.
Durante a gravidez, o corpo desenvolve um “stock” de gordura para garantir que o bebé tem os nutrientes necessários e essa acumulação de gordura também é utilizada para nutrir o bebé através da amamentação. “As mulheres que não amamentam, essencialmente, têm reservas metabólicas que não precisam”, explica Sanne Peters, co-autora do estudo. Isso pode contribuir para o ganho de peso, o que vai aumentar o risco de doenças cardíacas.
A investigação, publicada no Journal of American Heart Association, analisou cerca de 300 mil mulheres chinesas que indicaram quantos filhos tinham, se amamentaram e por quanto tempo. A equipa de investigadores acompanhou as mulheres durante uma década e os resultados indicaram que as mulheres que amamentaram revelaram menos 9% de risco de desenvolverem doenças cardíacas durante o período do estudo e os números foram mais altos (18%) nas mulheres que tinham mais de um filho e amamentaram cada bebé durante dois ou mais anos.
Estas descobertas indicam que existe uma associação entre a amamentação e a diminuição do risco de doença cardíaca. No entanto, os autores realçam que não existe qualquer prova científica que indique que as mulheres que amamentam não possam, eventualmente, desenvolver problemas cardíacos. Também serão necessárias mais pesquisas para identificar exatamente em que funções cardíacas a amamentação tem mais impacto e por quanto tempo as mulheres devem amamentar para obter maior número de benefícios.