O corpo humano não reage de forma igual a gravidades diferentes. Está pronto para viver na gravidade própria da Terra. Por isso, muitos cientistas têm tentado perceber que alterações acontecem em viagens de longa duração ao espaço
Se uma das descobertas do novo estudo tem a ver com o crescimento em altura, um aspeto que até pode agradar a muitos, outra tem a ver com mudanças a nível da coluna, que levam a sérias dores de costas.
Antes de embarcarem numa viagem até à Estação Espacial Internacional, onde ficariam de quatro a sete meses, seis astronautas da NASA foram sujeitos a uma ressonância magnética, exame que voltaram a fazer quando chegaram.
Os resultados mostraram que os músculos localizados ao longo da coluna vertebral tiveram uma redução de 19% desde o primeiro exame. Essa perda não é recuperável facilmente. Dois meses depois da chegada à Terra, os astronautas só tinham reavido dois terços da massa muscular. A dor nas costas prende-se precisamente com a esta perda.
Já o aumento da altura é explicado com o fator da gravidade. No espaço, a coluna vertebral não está comprimida pelo peso do corpo, então tende a endireitar.
Estes dados ajudam a explicar as muitas queixas que os astronautas vêm fazendo, desde os anos 80, quando a duração das viagens ao espaço aumentou.
Os investigadores dizem que estes resultados podem alertar os astronautas para a importância de alterarem as suas rotinas enquanto estão no espaço. Fazer exercícios de fortalecimento dos músculos e exercícios para o pescoço pode ajudá-los a manterem-se saudáveis.
Um outro estudo publicado este mês demonstrou que os níveis de radiação cósmica aos quais os viajantes ao espaço são expostos podem levar a danos no cérebro, demência crónica e ansiedade.
Se é baixo e estava a pensar ir numa viagem ao espaço para ganhar uns centímetros, desengane-se. Quando voltar à Terra, retoma à sua altura anterior.